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Guerra entre Itália e EUA faz história
Jogo termina em empate e, com três expulsões, iguala recorde de cartões vermelhos numa mesma partida de Copa
De Rossi, que foi expulso por cotovelada, pediu desculpa, e técnico italiano se disse decepcionado e enojado com seu time na partida
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A KAISERSLAUTERN
A "guerra" anunciada pelo jogador americano Eddie Johnson antes da partida Itália x
EUA tomou conta do 1 a 1 de
ontem em Kaiserslautern.
A briga por vaga nas oitavas
deixou um saldo de três expulsões, igualando o recorde das
Copas, e feridos. Outros três jogos de Mundiais já tinham visto
três expulsos: Brasil 1 x 1 Tchecoslováquia (1938), Hungria 4 x
2 Brasil (1954) e África do Sul 1
x 1 Dinamarca (1998).
Os EUA fizeram 24 faltas no
jogo e tiveram dois expulsos
-Mastroeni e Pope fizeram
quatro infrações na batalha. Os
italianos cometeram 13 infrações -De Rossi agrediu McBride com uma cotovelada, e o
americano teve que sair de
campo com o rosto vermelho
de sangue para ser atendido.
Depois do jogo, o italiano pediu desculpas, mas não foi pelo
golpe nem para o americano.
"Não quis acertá-lo. Quero pedir desculpas a meus companheiros e aos torcedores."
O empate não selou a classificação italiana para os mata-matas e teve alta dose de emoção. E, aliado à violência do jogo, desagradou profundamente
ao técnico da Itália. "Estou decepcionado e enojado. Ficamos
nervosos e pagamos o preço no
final", disse Marcello Lippi.
Depois da boa atuação contra
Gana, a Itália começou a partida de ontem levando sufoco
dos EUA, que haviam perdido
de 3 a 0 da República Tcheca.
Mas Gilardino anotou de cabeça em lance de bola parada.
A alegria italiana, no entanto,
durou só cinco minutos. Aos
27min, Zaccardo fez contra.
E, um minuto depois, veio a
cotovelada de De Rossi.
Lippi sacou Totti e pôs Gattuso para segurar o bombardeio rival. O empate, àquela altura, parecia ótimo negócio para a tricampeã mundial.
Mastroeni teve ótima chance
para virar o placar para os EUA
em uma bomba de fora da área.
Mas o que ele conseguiu foi
igualar o número de jogadores.
Aos 45min, deu um carrinho
em Pirlo e também foi expulso.
Para coroar o jogo mais violento do Mundial, nem bem os
times voltaram a campo e o zagueiro Pope deu outro carrinho
duro. Vermelho. A Azzurra tinha o segundo tempo para definir o jogo e se aproximar da
classificação. Mas os EUA acabaram criando ótimas chances,
mesmo com nove em campo.
O árbitro uruguaio Jorge
Larrionda poderia ter dado pênalti para os americanos quando Nesta levantou a bola com o
braço na área. E poderia validar
gol de Beasley se interpretasse
que McBride, impedido, não
quis participar do lance.
A Itália, após três substituições, ainda viu Perrotta jogar
no sacrifício no fim. Contundido, claro, como pedia a ocasião.
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