São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006

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Guerra entre Itália e EUA faz história

Jogo termina em empate e, com três expulsões, iguala recorde de cartões vermelhos numa mesma partida de Copa

De Rossi, que foi expulso por cotovelada, pediu desculpa, e técnico italiano se disse decepcionado e enojado com seu time na partida

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A KAISERSLAUTERN

A "guerra" anunciada pelo jogador americano Eddie Johnson antes da partida Itália x EUA tomou conta do 1 a 1 de ontem em Kaiserslautern.
A briga por vaga nas oitavas deixou um saldo de três expulsões, igualando o recorde das Copas, e feridos. Outros três jogos de Mundiais já tinham visto três expulsos: Brasil 1 x 1 Tchecoslováquia (1938), Hungria 4 x 2 Brasil (1954) e África do Sul 1 x 1 Dinamarca (1998).
Os EUA fizeram 24 faltas no jogo e tiveram dois expulsos -Mastroeni e Pope fizeram quatro infrações na batalha. Os italianos cometeram 13 infrações -De Rossi agrediu McBride com uma cotovelada, e o americano teve que sair de campo com o rosto vermelho de sangue para ser atendido.
Depois do jogo, o italiano pediu desculpas, mas não foi pelo golpe nem para o americano. "Não quis acertá-lo. Quero pedir desculpas a meus companheiros e aos torcedores."
O empate não selou a classificação italiana para os mata-matas e teve alta dose de emoção. E, aliado à violência do jogo, desagradou profundamente ao técnico da Itália. "Estou decepcionado e enojado. Ficamos nervosos e pagamos o preço no final", disse Marcello Lippi.
Depois da boa atuação contra Gana, a Itália começou a partida de ontem levando sufoco dos EUA, que haviam perdido de 3 a 0 da República Tcheca.
Mas Gilardino anotou de cabeça em lance de bola parada.
A alegria italiana, no entanto, durou só cinco minutos. Aos 27min, Zaccardo fez contra.
E, um minuto depois, veio a cotovelada de De Rossi.
Lippi sacou Totti e pôs Gattuso para segurar o bombardeio rival. O empate, àquela altura, parecia ótimo negócio para a tricampeã mundial.
Mastroeni teve ótima chance para virar o placar para os EUA em uma bomba de fora da área. Mas o que ele conseguiu foi igualar o número de jogadores. Aos 45min, deu um carrinho em Pirlo e também foi expulso.
Para coroar o jogo mais violento do Mundial, nem bem os times voltaram a campo e o zagueiro Pope deu outro carrinho duro. Vermelho. A Azzurra tinha o segundo tempo para definir o jogo e se aproximar da classificação. Mas os EUA acabaram criando ótimas chances, mesmo com nove em campo.
O árbitro uruguaio Jorge Larrionda poderia ter dado pênalti para os americanos quando Nesta levantou a bola com o braço na área. E poderia validar gol de Beasley se interpretasse que McBride, impedido, não quis participar do lance.
A Itália, após três substituições, ainda viu Perrotta jogar no sacrifício no fim. Contundido, claro, como pedia a ocasião.


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