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BOXE
À procura de Tyson
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Qual a mais atraente luta de
pesos-pesados no horizonte?
Há poucas opções, e a melhor
delas não envolve Lennox Lewis,
o melhor pesado da atualidade.
Em termos de expectativa, nada
supera Roy Jones Jr., campeão dos
pesados da Associação Mundial
de Boxe, contra o (decadente) ex-campeão Mike Tyson. Esse combate traria um enredo intrigante
e faria todo o sentido do mundo.
Em comparação com grandalhões como Lewis e o ucraniano
Wladimir Klitschko, por exemplo,
ambos os pugilistas são considerados pesos-pesados "pequenos".
A grande maioria das pessoas,
inclusive o próprio Lewis, crê que
as chances de Jones Jr. contra o
britânico não seriam grandes por
causa da diferença de tamanho.
E todos ainda se recordam da
surra que Tyson tomou de Lewis.
Por causa disso, o interesse por
confrontos reunindo ambos e o
britânico Lewis não seria tanto.
Jones Jr. iniciou a carreira como
médio-ligeiro, cujo limite é 69,8
kg, por isso não tem uma pegada
significativa. Bem, ao menos na
categoria dos pesos-pesados.
Porém o americano Jones Jr. é
considerado um dos melhores, senão o melhor, pugilista da atualidade, tal sua qualidade técnica,
velocidade e reflexos apurados.
Como prova, é só notar que Jones Jr. não enfrentou grandes dificuldades para superar o peso-pesado natural John Ruiz pelo cinturão da AMB. Vamos, convenientemente, "esquecer" que o talento de Ruiz pode ser considerado, no máximo, como modesto.
Com aquela vitória, Jones Jr.
tornou-se o primeiro ex-campeão
dos médios em mais de um século
a ganhar pelo menos uma fração
do título dos pesos-pesados (o outro foi Bob Fitszsimmons).
"Iron" Mike, por outro lado,
não tem mais a velocidade de antigamente, mas sua pegada, que é
a última coisa que um pugilista
perde, permanece demolidora.
O que prevaleceria se lutassem?
A técnica e velocidade de Jones Jr.
ou a pegada fenomenal de Tyson?
Ambos teriam muito a ganhar
com uma eventual vitória. Jones
Jr. teria batido um peso-pesado
"de nome". Tyson voltaria a ter
um cinturão dos pesos-pesados.
Nos dois cenários o vencedor seria muito valorizado em termos
de marketing e teria o valor de
suas futuras bolsas multiplicado.
E justamente esse combate é um
daqueles que estão sendo negociados, afirmou, nesta semana, o
promotor Akbar Muhammad, da
Roy Jones Enterprises. Jones colocaria seu cinturão em jogo no dia
8 de novembro no estádio Moi International Sports Centre (a 15
km ao norte de Nairobi), na África. O estádio tem capacidade para acomodar 60 mil pessoas.
Para demonstrar seu compromisso com a promoção da luta,
Jones Jr. visitaria Nairobi na segunda. Mas existe ainda o prazo
de um mês para serem definidas
questões financeiras com multinacionais, que entrariam com o
dinheiro para bancar a luta.
Além de Tyson, cuja última luta
foi um nocaute no primeiro assalto sobre Clifford "Black Rhino"
Ettiene, em fevereiro, também foram mencionados como possíveis
adversários o ex-campeão Evander Holyfield, que tem luta marcada com James Toney, e Lewis.
Popó 1
Na preliminar de Holyfield-Toney, em 4 de outubro, nos EUA, um
perigoso rival em potencial do brasileiro Popó eliminará outro, não
importa o resultado. É que está previsto um confronto entre os ex-campeões superpenas Diego Corrales e Joel Casamayor.
Popó 2
O baiano participa de treino aberto à imprensa e ao público hoje, às
15h, em Miami (EUA), na academia South Florida. Sob o comando
do técnico Oscar Suarez, ele enfrentará os sparrings Luis Claudio
Freitas, seu irmão, e Luciano Silva, de sua academia. Ambos farão
dois assaltos de três minutos com o campeão superpena pela AMB e
pelo OMB. A atividade faz parte da promoção de sua defesa de títulos
do próximo dia 9 contra o argentino Jorge "La Hiena" Barrios.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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