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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

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BOXE

À procura de Tyson

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Qual a mais atraente luta de pesos-pesados no horizonte?
Há poucas opções, e a melhor delas não envolve Lennox Lewis, o melhor pesado da atualidade.
Em termos de expectativa, nada supera Roy Jones Jr., campeão dos pesados da Associação Mundial de Boxe, contra o (decadente) ex-campeão Mike Tyson. Esse combate traria um enredo intrigante e faria todo o sentido do mundo.
Em comparação com grandalhões como Lewis e o ucraniano Wladimir Klitschko, por exemplo, ambos os pugilistas são considerados pesos-pesados "pequenos".
A grande maioria das pessoas, inclusive o próprio Lewis, crê que as chances de Jones Jr. contra o britânico não seriam grandes por causa da diferença de tamanho.
E todos ainda se recordam da surra que Tyson tomou de Lewis.
Por causa disso, o interesse por confrontos reunindo ambos e o britânico Lewis não seria tanto.
Jones Jr. iniciou a carreira como médio-ligeiro, cujo limite é 69,8 kg, por isso não tem uma pegada significativa. Bem, ao menos na categoria dos pesos-pesados.
Porém o americano Jones Jr. é considerado um dos melhores, senão o melhor, pugilista da atualidade, tal sua qualidade técnica, velocidade e reflexos apurados.
Como prova, é só notar que Jones Jr. não enfrentou grandes dificuldades para superar o peso-pesado natural John Ruiz pelo cinturão da AMB. Vamos, convenientemente, "esquecer" que o talento de Ruiz pode ser considerado, no máximo, como modesto.
Com aquela vitória, Jones Jr. tornou-se o primeiro ex-campeão dos médios em mais de um século a ganhar pelo menos uma fração do título dos pesos-pesados (o outro foi Bob Fitszsimmons).
"Iron" Mike, por outro lado, não tem mais a velocidade de antigamente, mas sua pegada, que é a última coisa que um pugilista perde, permanece demolidora.
O que prevaleceria se lutassem? A técnica e velocidade de Jones Jr. ou a pegada fenomenal de Tyson?
Ambos teriam muito a ganhar com uma eventual vitória. Jones Jr. teria batido um peso-pesado "de nome". Tyson voltaria a ter um cinturão dos pesos-pesados.
Nos dois cenários o vencedor seria muito valorizado em termos de marketing e teria o valor de suas futuras bolsas multiplicado.
E justamente esse combate é um daqueles que estão sendo negociados, afirmou, nesta semana, o promotor Akbar Muhammad, da Roy Jones Enterprises. Jones colocaria seu cinturão em jogo no dia 8 de novembro no estádio Moi International Sports Centre (a 15 km ao norte de Nairobi), na África. O estádio tem capacidade para acomodar 60 mil pessoas.
Para demonstrar seu compromisso com a promoção da luta, Jones Jr. visitaria Nairobi na segunda. Mas existe ainda o prazo de um mês para serem definidas questões financeiras com multinacionais, que entrariam com o dinheiro para bancar a luta.
Além de Tyson, cuja última luta foi um nocaute no primeiro assalto sobre Clifford "Black Rhino" Ettiene, em fevereiro, também foram mencionados como possíveis adversários o ex-campeão Evander Holyfield, que tem luta marcada com James Toney, e Lewis.

Popó 1
Na preliminar de Holyfield-Toney, em 4 de outubro, nos EUA, um perigoso rival em potencial do brasileiro Popó eliminará outro, não importa o resultado. É que está previsto um confronto entre os ex-campeões superpenas Diego Corrales e Joel Casamayor.

Popó 2
O baiano participa de treino aberto à imprensa e ao público hoje, às 15h, em Miami (EUA), na academia South Florida. Sob o comando do técnico Oscar Suarez, ele enfrentará os sparrings Luis Claudio Freitas, seu irmão, e Luciano Silva, de sua academia. Ambos farão dois assaltos de três minutos com o campeão superpena pela AMB e pelo OMB. A atividade faz parte da promoção de sua defesa de títulos do próximo dia 9 contra o argentino Jorge "La Hiena" Barrios.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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