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país do futebol
Brasil põe mais de 100 atletas na elite da bola
Fase de grupos da Copa dos Campeões começa com recorde de brasileiros
Com 102 jogadores na lista da Uefa, incluindo ilustres desconhecidos, país é o que mais fornece "pé-de-obra" para o badalado interclubes
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil não é mais campeão
mundial, não fez o melhor jogador do planeta em 2006, mas é
o recordista em atletas na Copa
dos Campeões, mais nobre dos
interclubes que inicia hoje sua
badalada fase de grupos.
Nos elencos apresentados no
site da Uefa, constam mais de
cem jogadores nascidos no Brasil aptos a jogar a competição.
Nenhum outro país forneceu
tantos atletas para a disputa.
Essa invasão nacional na elite
da bola não tem precedentes.
Na temporada 2004/2005, o
Brasil festejava 65 jogadores na
fase de grupos. No ano seguinte, esse número deu salto curto
para 70. Porém havia mais jogadores nascidos na Espanha
na ocasião do que no Brasil.
Agora, mesmo com quatro times espanhóis, mesmo número de ingleses e italianos, os
brasileiros reinam absolutos. A
Folha contou 102, incluindo os
que defendem outras seleções,
como o luso Deco, o alemão
Kuranyi, o croata Eduardo da
Silva e o turco Marco Aurélio.
Espanhóis, franceses e italianos, as outras nacionalidades
mais comuns na Copa dos
Campeões, mal batem em 70
atletas. E alguns dos times que
estão na fase de grupos possuem brasileiros que não constam na lista da Uefa, como Digão e Pato, do Milan, que não
serão aproveitados neste ano.
Nessa centena de ""brazucas", estão estrelas internacionais, como Ronaldinho e Kaká,
ex-melhor do mundo e virtual
melhor do mundo deste ano, e
nomes pouco conhecidos, como Michel Costa, do tcheco
Slavia Praga. Há atletas admirados pelo talento no Brasil,
como Alex, do Fenerbahce, e
outros que eram execrados no
país, como Bobô, do Besiktas.
O cenário atual mostra bem
como o futebol brasileiro vive
seu auge em termos de exportação de ""pé-de-obra", com os
clubes brasileiros perdendo
craques, bons jogadores, atletas medianos e até mesmo garotos que mal jogaram no país.
Objetivo maior de praticamente todos os jogadores profissionais da atualidade, a Copa
dos Campeões atrai pelo dinheiro -o Real Madrid espera
ganhar seu décimo título para
faturar mais de 40 milhões
em prêmio- e pela visibilidade
-quase 200 países acompanham pela TV a disputa, que
concorre cada vez mais com a
Copa do Mundo de seleções.
A reportagem recebeu ontem, sem entrar em contato
com nenhum assessor de imprensa, releases de nove atletas
brasileiros que estão envolvidos na Copa dos Campeões.
"Estamos em um grupo muito difícil. Temos que pensar em
passar da primeira fase. Depois, no mata-mata, é diferente
e tudo pode acontecer", diz
Ewerthon, ex-atacante corintiano que hoje é do Stuttgart.
São 32 times na disputa e só
cinco não têm brasileiros inscritos -cerca de 13% dos atletas todos no torneio nasceram
no Brasil. Até técnico agora o
país tem na competição: Zico,
do Fenerbahce. Nunca a Europa esteve tão perto no esporte.
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