São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2007

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país do futebol

Brasil põe mais de 100 atletas na elite da bola

Fase de grupos da Copa dos Campeões começa com recorde de brasileiros

Com 102 jogadores na lista da Uefa, incluindo ilustres desconhecidos, país é o que mais fornece "pé-de-obra" para o badalado interclubes

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil não é mais campeão mundial, não fez o melhor jogador do planeta em 2006, mas é o recordista em atletas na Copa dos Campeões, mais nobre dos interclubes que inicia hoje sua badalada fase de grupos.
Nos elencos apresentados no site da Uefa, constam mais de cem jogadores nascidos no Brasil aptos a jogar a competição. Nenhum outro país forneceu tantos atletas para a disputa. Essa invasão nacional na elite da bola não tem precedentes.
Na temporada 2004/2005, o Brasil festejava 65 jogadores na fase de grupos. No ano seguinte, esse número deu salto curto para 70. Porém havia mais jogadores nascidos na Espanha na ocasião do que no Brasil.
Agora, mesmo com quatro times espanhóis, mesmo número de ingleses e italianos, os brasileiros reinam absolutos. A Folha contou 102, incluindo os que defendem outras seleções, como o luso Deco, o alemão Kuranyi, o croata Eduardo da Silva e o turco Marco Aurélio.
Espanhóis, franceses e italianos, as outras nacionalidades mais comuns na Copa dos Campeões, mal batem em 70 atletas. E alguns dos times que estão na fase de grupos possuem brasileiros que não constam na lista da Uefa, como Digão e Pato, do Milan, que não serão aproveitados neste ano.
Nessa centena de ""brazucas", estão estrelas internacionais, como Ronaldinho e Kaká, ex-melhor do mundo e virtual melhor do mundo deste ano, e nomes pouco conhecidos, como Michel Costa, do tcheco Slavia Praga. Há atletas admirados pelo talento no Brasil, como Alex, do Fenerbahce, e outros que eram execrados no país, como Bobô, do Besiktas.
O cenário atual mostra bem como o futebol brasileiro vive seu auge em termos de exportação de ""pé-de-obra", com os clubes brasileiros perdendo craques, bons jogadores, atletas medianos e até mesmo garotos que mal jogaram no país.
Objetivo maior de praticamente todos os jogadores profissionais da atualidade, a Copa dos Campeões atrai pelo dinheiro -o Real Madrid espera ganhar seu décimo título para faturar mais de 40 milhões em prêmio- e pela visibilidade -quase 200 países acompanham pela TV a disputa, que concorre cada vez mais com a Copa do Mundo de seleções.
A reportagem recebeu ontem, sem entrar em contato com nenhum assessor de imprensa, releases de nove atletas brasileiros que estão envolvidos na Copa dos Campeões.
"Estamos em um grupo muito difícil. Temos que pensar em passar da primeira fase. Depois, no mata-mata, é diferente e tudo pode acontecer", diz Ewerthon, ex-atacante corintiano que hoje é do Stuttgart.
São 32 times na disputa e só cinco não têm brasileiros inscritos -cerca de 13% dos atletas todos no torneio nasceram no Brasil. Até técnico agora o país tem na competição: Zico, do Fenerbahce. Nunca a Europa esteve tão perto no esporte.


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