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AÇÃO
Perspectivas eram boas
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
O surfe está entre os três esportes mais praticados por
homens no país. Há quem garanta que já é o segundo. É bem possível. Deslizar sobre uma prancha
traz um incrível bem-estar físico,
mental e espiritual. É nítido que a
cada dia mais gente percebe isso.
A extensa costa, com razoáveis
ondulações, as centenas de praias
acessíveis e a temperatura favorável quase o ano inteiro também
contribuem.
Soma-se a tudo isso o fato de
que o esporte se tornou nos últimos anos uma opção profissional.
A multiplicação das provas no
país e a melhora das premiações
têm atraído novos competidores,
e o reflexo se nota na participação
brasileira na elite mundial. Nos
últimos anos foi crescente o número de atletas do país nos dois
principais rankings do esporte.
Neste ano chegamos ao número
recorde de 11 atletas entre os 45 da
principal divisão, o WCT. No ranking de acesso, fizemos os quatro
últimos campeões. Não à toa.
Nas últimas seis edições do tour,
o Brasil foi o país que mais pontos
e prêmios distribuiu. E obviamente competir em casa contribui para nossa representatividade no
cenário mundial.
Até o cancelamento das etapas
motivado pelo terrorismo, as
perspectivas eram as melhores.
No WQS, a possibilidade de um
dos irmãos Padaratz chegar ao título era muito boa. Teco, ocupando a quarta posição, com as duas
provas no Brasil, uma delas em
Florianópolis, tinha chances reais
de chegar ao inédito tricampeonato, enquanto Neco, mesmo somando só seis dos oito resultados
possíveis, ocupa a sexta posição.
Ele somaria qualquer resultado,
enquanto seus adversários só poderiam, no máximo, trocá-los.
Cabe destacar que, em 99,
quando Neco garantiu seu retorno à elite, após abandonar o tour
em 97, ele se programou para disputar só oito provas e milimetricamente atingiu seu objetivo.
Não seria viagem dizer que seu
foco era o título do WQS este ano.
Pena que seu próprio patrocinador foi responsável por um dos
cancelamentos. O argumento é
que a previsível ausência de estrangeiros na prova esvaziaria a
repercussão do evento e portanto
seu retorno. Será que os australianos e os norte-americanos pensam na presença de competidores
brasileiros quando promovem
provas em seus países?
No caso da Hang Loose, cabe
um desconto, a empresa responsável pela marca já havia promovido duas importantes provas no
início do ano, e o faz há anos. Já a
Maresia, depois de baixar a premiação e portanto os pontos (de
seis para quatro estrelas) da sua
etapa, resolveu cancelá-la.
O efeito no caso atingiu a ponta
oposta da lista de classificáveis.
Dois de seus atletas, Fábio Silva
e Christiano Spirro, foram diretamente prejudicados com o cancelamento da etapa.
Junto com eles foram Danilo
Costa, que há anos bate na trave,
Renan Rocha e Armando Daltro,
que estão fora das duas listas.
Todos ainda têm chances de alcançar a classificação na derradeira etapa havaiana, mas seguramente elas serão menores.
Já no WCT, em um ano sem favorito, as etapas na Europa poderiam colocar alguns brasileiros no
páreo do tão sonhado título mundial. O tipo de onda das provas da
França e de Portugal, principalmente, justificam a colocação.
Os nossos resultados dos últimos anos também. Resta esperar
pelos próximos, sem terror.
Wakeboard
Marreco venceu a etapa de Brasília e empatou com Fabinho De La
Rosa e Marito na liderança do ranking nacional.
Bodyboard
Com o possível cancelamento da prova do Havaí, o Super Tour
que começa hoje no Rio pode ser a final do recém-criado Circuito
Mundial masculino, que reúne os 32 melhores do esporte.
Skate
A revista ""Tribo" comemora 10 anos de vida com uma edição especial de fotos reforçada.
100 pés
Começou no Estado norte-americano de Washington, na costa do
Pacífico, o período de busca da maior onda surfável do planeta, o
projeto Billabong Odyssey.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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