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FUTEBOL
Esquema com três zagueiros funciona, Nen marca e time fica a três pontos da zona de classificação à Libertadores
Defesa vai ao ataque, e Palmeiras vence
DA REPORTAGEM LOCAL
O técnico Estevam Soares havia
dito que reforçaria a defesa contra
o Juventude para melhorar o ataque. Mas provavelmente nem
mesmo ele poderia acreditar que
a tática daria tão certo.
O Palmeiras saiu ontem de Caxias do Sul com uma vitória por 2
a 0 sobre o Juventude e voltou a
encostar nos principais concorrentes a uma vaga na próxima
edição da Taça Libertadores.
Vitória essa aberta com um gol
de autoria de seus defensores.
Marcinho, o volante que menos
costuma ir ao ataque, e o zagueiro
Nen fizeram as funções, respectivamente, de meia-armador e centroavante e abriram o placar para
o time palmeirense. E, com o gol,
deram alívio ao time no momento
em que sofriam a maior pressão
imposta pelo Juventude.
O resultado no Sul colocou a
equipe na sexta posição do Brasileiro, mas a apenas três pontos do
quarto colocado, o São Caetano
- o Palmeiras tem 59 pontos.
No primeiro tempo, as coisas
não haviam funcionado como Estevam pretendia. O técnico, apesar de escalar uma formação com
três zagueiros e três volantes, prometia um Palmeiras ofensivo em
Caxias do Sul, principalmente
com a subida de seus laterais,
transformados em alas pelo esquema adotado.
Mas não foi o que se viu no primeiro tempo. A equipe do Parque
Antarctica ficou acuada durante
os 45 minutos iniciais.
Em vez de agredir pelos lados
do campo, principal argumento
utilizado por Estevam para justificar a entrada de mais um zagueiro
além da manutenção do volante
Marcinho, era o Juventude
-também armado no 3-5-2-
que adiantava seus laterais e chegava com freqüência na linha de
fundo para fazer os cruzamentos,
principalmente pela direita, com
Jancarlos se aproveitando do espaço dado por Lúcio.
A equipe de Caxias alçou 18 vezes a bola na área do rival -11 deles feitos por seu ala direito.
Apesar disso, os palmeirenses
conseguiram eficiência ao afastar
de cabeça -Daniel e Marcinho
foram os que mais trabalharam:
cada um tirou seis bolas aéreas.
Sem a subida de seus alas, o Palmeiras não oferecia perigo ao time da casa. Pedrinho e Osmar,
seus dois únicos jogadores mais
adiantados, ficaram isolados.
Com isso, as finalizações palmeirenses se tornaram escassas.
Foram seis chutes a gol dados pela
equipe paulista na primeira etapa
-apenas um com direção certa,
tentado por Magrão.
Já o time gaúcho arriscou mais
vezes, 14, mas também sem muita
precisão, somente dois desses arremates obrigaram o goleiro Sérgio a fazer a defesa.
No fim da etapa inicial, Estevam
saiu de campo irritado com o desempenho de seus comandados:
"O Palmeiras não está nada bem",
reclamou o treinador.
No segundo tempo, as coisas
pareciam que continuariam ruins
para o time visitante. Com pouco
mais de cinco minutos de jogo, o
time perdeu seu principal finalizador no campeonato. Osmar,
contundido, saiu para a entrada
de Ricardinho que, a exemplo de
Pedrinho, é mais um meia do que
propriamente um atacante.
Além disso, o Juventude continuava a pressionar com cruzamentos, mas ainda sem mostrar
precisão nas finalizações.
Porém, quando mais sofria com
as ações ofensivas do time da casa,
o Palmeiras encaixou um contragolpe e marcou.
Marcinho saiu do campo de defesa e apareceu na intermediária
do Juventude para tocar para o
zagueiro Nen, que entrava por
trás da zaga adversária, chutar
cruzado no alto, para fora.
Com a vantagem no placar, o time paulista pôde se aproveitar
dos espaços deixados pelo Juventude, que tentava o empate, para
contra-atacar, mas desta vez com
seus homens de frente.
Aos 38min, Ricardinho imitou
Marcinho, e Pedrinho copiou
Nen. O primeiro carregou a bola e
lançou o segundo, que tocou na
saída do goleiro: 2 a 0.
Na próxima rodada, o Palmeiras recebe o líder Atlético-PR.
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