São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2004

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FUTEBOL

Esquema com três zagueiros funciona, Nen marca e time fica a três pontos da zona de classificação à Libertadores

Defesa vai ao ataque, e Palmeiras vence

DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico Estevam Soares havia dito que reforçaria a defesa contra o Juventude para melhorar o ataque. Mas provavelmente nem mesmo ele poderia acreditar que a tática daria tão certo.
O Palmeiras saiu ontem de Caxias do Sul com uma vitória por 2 a 0 sobre o Juventude e voltou a encostar nos principais concorrentes a uma vaga na próxima edição da Taça Libertadores.
Vitória essa aberta com um gol de autoria de seus defensores. Marcinho, o volante que menos costuma ir ao ataque, e o zagueiro Nen fizeram as funções, respectivamente, de meia-armador e centroavante e abriram o placar para o time palmeirense. E, com o gol, deram alívio ao time no momento em que sofriam a maior pressão imposta pelo Juventude.
O resultado no Sul colocou a equipe na sexta posição do Brasileiro, mas a apenas três pontos do quarto colocado, o São Caetano - o Palmeiras tem 59 pontos.
No primeiro tempo, as coisas não haviam funcionado como Estevam pretendia. O técnico, apesar de escalar uma formação com três zagueiros e três volantes, prometia um Palmeiras ofensivo em Caxias do Sul, principalmente com a subida de seus laterais, transformados em alas pelo esquema adotado.
Mas não foi o que se viu no primeiro tempo. A equipe do Parque Antarctica ficou acuada durante os 45 minutos iniciais.
Em vez de agredir pelos lados do campo, principal argumento utilizado por Estevam para justificar a entrada de mais um zagueiro além da manutenção do volante Marcinho, era o Juventude -também armado no 3-5-2- que adiantava seus laterais e chegava com freqüência na linha de fundo para fazer os cruzamentos, principalmente pela direita, com Jancarlos se aproveitando do espaço dado por Lúcio.
A equipe de Caxias alçou 18 vezes a bola na área do rival -11 deles feitos por seu ala direito.
Apesar disso, os palmeirenses conseguiram eficiência ao afastar de cabeça -Daniel e Marcinho foram os que mais trabalharam: cada um tirou seis bolas aéreas.
Sem a subida de seus alas, o Palmeiras não oferecia perigo ao time da casa. Pedrinho e Osmar, seus dois únicos jogadores mais adiantados, ficaram isolados.
Com isso, as finalizações palmeirenses se tornaram escassas. Foram seis chutes a gol dados pela equipe paulista na primeira etapa -apenas um com direção certa, tentado por Magrão.
Já o time gaúcho arriscou mais vezes, 14, mas também sem muita precisão, somente dois desses arremates obrigaram o goleiro Sérgio a fazer a defesa.
No fim da etapa inicial, Estevam saiu de campo irritado com o desempenho de seus comandados: "O Palmeiras não está nada bem", reclamou o treinador.
No segundo tempo, as coisas pareciam que continuariam ruins para o time visitante. Com pouco mais de cinco minutos de jogo, o time perdeu seu principal finalizador no campeonato. Osmar, contundido, saiu para a entrada de Ricardinho que, a exemplo de Pedrinho, é mais um meia do que propriamente um atacante.
Além disso, o Juventude continuava a pressionar com cruzamentos, mas ainda sem mostrar precisão nas finalizações.
Porém, quando mais sofria com as ações ofensivas do time da casa, o Palmeiras encaixou um contragolpe e marcou.
Marcinho saiu do campo de defesa e apareceu na intermediária do Juventude para tocar para o zagueiro Nen, que entrava por trás da zaga adversária, chutar cruzado no alto, para fora.
Com a vantagem no placar, o time paulista pôde se aproveitar dos espaços deixados pelo Juventude, que tentava o empate, para contra-atacar, mas desta vez com seus homens de frente.
Aos 38min, Ricardinho imitou Marcinho, e Pedrinho copiou Nen. O primeiro carregou a bola e lançou o segundo, que tocou na saída do goleiro: 2 a 0.
Na próxima rodada, o Palmeiras recebe o líder Atlético-PR.


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