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Desempenho palmeirense em Salvador espelha campanha pífia no Brasileiro e se transforma em choro nos vestiários
FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras que enfrentou ontem o Vitória foi um espelho do time que permaneceu por mais
tempo na zona de rebaixamento
do Campeonato Brasileiro.
No mais longo de seus dias, o time esteve quase sempre atrás no
marcador, apático, esperando
uma brecha do adversário para
avançar. A falta de ousadia mostrou porque os palmeirenses foram derrotados por 4 a 3 ontem e
porque o time ficou 21 das 29 rodadas entre os quatro piores.
Ninguém foi tão mal no Nacional por tanto tempo como o Palmeiras, que encerrou a competição na 24ª posição e um lugar reservado na Série-B em 2003.
Ao final da partida, a mostra
mais clara de um time que foi
montado às pressas e marcado
pela desunião de seus jogadores.
Nenhum deles desabou no gramado. Deixaram o campo, um a
um, cabisbaixos, em silêncio.
Nas arquibancadas, os poucos
palmeirenses que foram ao Barradão choravam e protestavam.
Nos vestiários, Zinho e César
eram os mais abatidos. O diretor
de futebol do clube, Sebastião Lapola, também estava aos prantos.
O técnico Levir Culpi tentava explicar com o óbvio: "Nós ficamos
sempre atrás. Faltou identidade
para o time sair dessa situação".
Desde o início, a fisionomia tensa estava estampada no rosto dos
palmeirenses. Tensão que aumentou quando os baianos fizeram 1 a 0 com Allan Delon, aos
4min. No banco, o técnico Levir
Culpi reclamava do nervosismo
de seus atletas.
Mas ainda não estava acabado.
O Palmeiras tinha Arce. De seus
pés, em uma cobrança de falta, a
bola sobrou para Flávio, na área,
com o bico do pé esquerdo, empatar. Isso aos cinco minutos.
Os palmeirenses não sabiam,
mas àquela altura estavam escapando da segunda divisão. O sistema de som do estádio não informava os outros resultados da rodada. Mas, naquele momento,
um gol do Figueirense no Paraná
deixava o Palmeiras fora do grupo
dos quatro degolados.
Em vão. O gol de Flávio não
conseguiu suprimir a angústia
dos comandados de Levir Culpi
que, ao contrário, aumentou
quando Muñoz perdeu gol feito.
E chegou a um nível alarmante
quando Zé Roberto encontrou
um corredor para desfilar pelo lado esquerdo. Ele foi passando
sem ser importunado pelos defensores palmeirenses. Quando
percebeu, Paulo Assunção já havia feito pênalti no oponente.
Na cobrança, aos 27min, Aristizábal colocou novamente o Vitória à frente, e o Palmeiras, de novo, no fundo do poço.
Os palmeirenses, mais do que
nunca, precisavam de um empate. Culpi, então, decidiu que necessitava de Nenê, o talismã do jogo anterior, contra o Flamengo. O
atacante entrou no segundo tempo e, com um belo gol, empatou,
logo aos 3min do segundo tempo.
Novamente os paulistas respiravam. Àquela altura, os resultados
ajudavam, e o Palmeiras, de novo,
estava fora do rebaixamento.
Mas, como ocorreu durante todo o torneio, o time, quando precisou confiar em si próprio, foi
uma lástima. Em apenas dez minutos os baianos confirmaram a
fragilidade palmeirense.
Aos 31min, Alexandre falhou na
área, e Zé Roberto não perdoou o
erro: 3 a 2. Aos 41min, foi a vez de
André acabar de vez com a esperança dos paulistas. Ele aproveitou rebote e fez o quarto.
Arce ainda descontou, aos
43min, mas o Palmeiras já estava
sepultado. Na segunda divisão.
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