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FUTEBOL
Torcida do clube paulista peregrina até Mogi Mirim, assiste à derrota para o Bahia e "canta" em alusão à 2ª divisão
Lusa perde e também abandona a elite
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A MOGI MIRIM
""Um, dois, três; quatro, cinco,
mil; segunda divisão é..."
Sabendo bem o que significa
não estar na elite do futebol, a torcida da Lusa, que compareceu até
em bom número ao estádio Wilson de Barros, em Mogi Mirim,
cantava esse refrão antes mesmo
do início do jogo decisivo contra o
Bahia, que acabou 4 a 2 para o rival (e acabou com a Lusa na elite).
O otimismo que os jogadores e
o técnico Gilson Nunes demonstravam antes da partida aumentou logo nos primeiros minutos
quando chegou a notícia de que o
Palmeiras, concorrente ao rebaixamento, perdia em Salvador.
Os poucos torcedores baianos
que foram a Mogi Mirim temiam,
em contrapartida, que o rival Vitória "entregasse" o jogo para o
Palmeiras com o objetivo de prejudicar seu time. ""Esse clube [Vitória" é assim mesmo", disse um
dos líderes de torcida organizada
do Bahia, que viajou de avião para a partida de ontem.
Em campo, o jogo começou burocrático -especulou-se que os
dois times poderiam fazer um jogo de ""compadre", esperando pelos outros resultados e se livrando
da degola com um empate.
Houve atraso de cinco minutos
para o início do confronto.
O jogo só aconteceu em Mogi
Mirim exatamente por causa da
torcida da Lusa -um torcedor
agrediu um assistente em jogo no
Canindé, e o estádio paulistano
foi, na reta final, vetado pela CBF.
"...É o melhor goleiro do Brasil." Assim a torcida da Lusa saudou Bosco, um dos "heróis" da
campanha do time, que chegou
com apenas 27 pontos ao jogo de
ontem. Exagero ou não, ele salvou a Lusa em dois lances. Aos
13min, em cabeçada de Nonato, e
aos 23min, em chute quase da pequena área do atacante baiano.
Tudo parecia bem. Derrotas de
Palmeiras e de Paraná. A confiança do time do Canindé era compartilhada pelos torcedores. Até
os 37min. Nonato pegou um rebote na grande área e mandou no
canto direito de Bosco: 1 a 0.
Para o segundo tempo, a equipe
do técnico Gilson Nunes voltou a
campo, mas não era a mesma.
Primeiro, porque Danilo e Alexandre Gaúcho entraram no time. Segundo, porque o estado de
nervos dos lusos era outro.
Passados três minutos da segunda etapa já estava 2 a 0 para o
Bahia. Robson recebeu na área, livrou-se do goleiro Bosco e serviu
Nonato, que só tocou para o gol.
O "anúncio" (os resultados corriam de boca em boca) do empate
do Palmeiras aumentou o desespero da Lusa, que já estava nesse
momento na Série B. Se estava difícil furar o bloqueio defensivo armado pelo "velho conhecido"
Candinho (ex-técnico da Lusa)
na primeira etapa, com 2 a 0 contra e com uma pressão enorme ficou quase impossível.
Emerson, goleiro do Bahia,
quase não era acionado. A torcida
maior já era para os outros resultados, mas o Inter, soube-se, também passava a Lusa na tabela.
Ricardo Oliveira, um jogador
da seleção em meio ao modesto
time do Canindé, descontou em
um chute de fora da área aos
21min. Mas, no minuto seguinte,
o zagueiro Luiz Henrique cometeu falta feia na entrada da área
em Calisto e foi expulso.
Gol, o terceiro do Vitória. Alívio
e festa portuguesa em Mogi.
Gol, o terceiro de Nonato. O sofrimento volta para os lusos.
O Vitória faz o quarto gol, mas
o Bahia também: Bebeto Campos, sozinho, de cabeça. Ricardo
Oliveira ainda diminuiu de falta.
Contudo não houve vibração.
"É isso aí, segunda divisão", gritaram os torcedores da tribuna.
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