São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2006

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Com bicho e papo, Benazzi reanima grupo

DA REPORTAGEM LOCAL

Vágner Benazzi, 52, conhece bem a Portuguesa. Cria das categorias de base, o ex-lateral-direito jogou seis anos lá e conseguiu motivar com lógica e fala boleira um grupo desanimadíssimo.
"Já tinha acertado tudo, mas, antes de assinar com a Lusa, fiz questão de ir falar com os atletas. Perguntei a eles: "Dá? Porque, se não, vou embora". Eles disseram que sim, e eu comecei o trabalho", diz ele, que tem 50% de aproveitamento de pontos.
A motivação, porém, dispensou técnicas de neurolingüística e blablablá acadêmico. Benazzi preferiu uma prática milenar do futebol.
"Futebol sem bicho não existe", diz o técnico. "A primeira coisa que fiz foi acertar a premiação do grupo."
Na difícil reta final da Série B, Benazzi insiste em provocar reações no time a partir do sensível bolso dos jogadores, que recebem em dia mesmo no sufoco de dívidas milionárias e rendas penhoradas por ações trabalhistas.
"Eu falei para eles que ontem dez jogadores, eu disse dez, me ligaram pedindo para jogar na Portuguesa. Eles têm que saber que podem perder isso aqui", fala.
Nos treinamentos, o técnico dispensa também o tatiquês na hora de posicionar a equipe. Vai no popular. "Se zagueiro fosse habilidoso não era zagueiro, era atacante." "Não marca o zagueiro, marca no meio." Eram os gritos no coletivo anterior à derrota do último sábado para o Ceará por 4 a 2.
Ainda esperançoso, conta uma de suas várias anedotas para explicar como extrai ânimo em situações difíceis.
"Uma vez, eu tive que fugir da casa de uma menina porque o pai dela tinha chegado. Corri e pulei o muro. Só no dia seguinte eu vi que o muro tinha 3 m. Tentei pular de todos os jeitos e nem com cadeira deu. Aí eu digo para eles: "O jogador não sabe da força que tem". (MDA)


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