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Com bicho e papo, Benazzi reanima grupo
DA REPORTAGEM LOCAL
Vágner Benazzi, 52, conhece bem a Portuguesa.
Cria das categorias de base, o
ex-lateral-direito jogou seis
anos lá e conseguiu motivar
com lógica e fala boleira um
grupo desanimadíssimo.
"Já tinha acertado tudo,
mas, antes de assinar com a
Lusa, fiz questão de ir falar
com os atletas. Perguntei a
eles: "Dá? Porque, se não, vou
embora". Eles disseram que
sim, e eu comecei o trabalho", diz ele, que tem 50% de
aproveitamento de pontos.
A motivação, porém, dispensou técnicas de neurolingüística e blablablá acadêmico. Benazzi preferiu uma
prática milenar do futebol.
"Futebol sem bicho não
existe", diz o técnico. "A primeira coisa que fiz foi acertar
a premiação do grupo."
Na difícil reta final da Série
B, Benazzi insiste em provocar reações no time a partir
do sensível bolso dos jogadores, que recebem em dia
mesmo no sufoco de dívidas
milionárias e rendas penhoradas por ações trabalhistas.
"Eu falei para eles que ontem dez jogadores, eu disse
dez, me ligaram pedindo para jogar na Portuguesa. Eles
têm que saber que podem
perder isso aqui", fala.
Nos treinamentos, o técnico dispensa também o tatiquês na hora de posicionar a
equipe. Vai no popular. "Se
zagueiro fosse habilidoso
não era zagueiro, era atacante." "Não marca o zagueiro,
marca no meio." Eram os gritos no coletivo anterior à
derrota do último sábado para o Ceará por 4 a 2.
Ainda esperançoso, conta
uma de suas várias anedotas
para explicar como extrai
ânimo em situações difíceis.
"Uma vez, eu tive que fugir
da casa de uma menina porque o pai dela tinha chegado.
Corri e pulei o muro. Só no
dia seguinte eu vi que o muro
tinha 3 m. Tentei pular de todos os jeitos e nem com cadeira deu. Aí eu digo para
eles: "O jogador não sabe da
força que tem".
(MDA)
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