São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 2005

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Brasileiros buscam o tri entre a barbada e o perigo

Time que esperava disputar troféu do Mundial como favorito se torna azarão com ascensão dos ingleses

TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A YOKOHAMA

Parecia fácil, há cinco meses, quando o São Paulo ganhou a Taça Libertadores da América e se credenciou para jogar o Mundial de Clubes da Fifa.
Mas hoje, às 8h20, quando encara o Liverpool em busca de seu terceiro título mundial, fato inédito para um time brasileiro, os são-paulinos jogam o que parece ser sua mais dura decisão no Japão.
O time inglês, que parecia inofensivo quando comparado ao Barcelona de 1992 e ao Milan de 1993, cresceu, ganhou fama de fortaleza defensiva e virou favorito. Enquanto isso, o São Paulo caiu de produção e viveu dias de crise já em solo japonês. Sem contar que o estrelado time que ganhou o bicampeonato deu lugar a um elenco bem mais modesto.
Prova de tudo isso aconteceu nas semifinais. O Liverpool despachou o Saprissa, da Costa Rica, com uma tranqüila vitória por 3 a 0, quando completou sua 11ª partida sem ter a sua meta vazada.
Um dia antes, o São Paulo sofreu para bater o Al Ittihad. A vitória de 3 a 2 ocorreu sobre um rival que teve cinco atletas excluídos da disputa por problemas de inscrição ou suspensão.
Nas casas de apostas européias, uma vitória são-paulina paga, em média, três vezes mais do que um triunfo do Liverpool.
Os jogadores do time inglês trocaram o desprezo ao torneio que nunca venceram pela promessa de dedicação total. "Voltar para casa com o título mundial significaria muito. Nossos nomes vão ficar nos livros de história para sempre", diz o zagueiro Hyypia.
A confiança do Liverpool -o astro Gerrard chegou a dizer que "se sente imbatível"- não caiu bem entre os atletas brasileiros.
"Estamos preparados e felizes para a decisão do Mundial. O São Paulo não tem medo de ninguém, aqui temos jogadores de seleção brasileira. Não tem bicho-papão nenhum", retrucou o lateral Cicinho, que deve se transferir para o Real Madrid após a partida, dando início a um desmanche que pode ter outros nomes cintilantes, como Amoroso e Lugano.
O técnico Paulo Autuori prevê uma final sem favorito.
Se os 90 minutos terminarem sem vencedor, será disputada prorrogação de 30 minutos. Se o empate persistir, o título será definido na cobrança de pênaltis.
O Mundial de Clubes que acaba hoje com público só razoável foi o segundo sob a chancela da Fifa.
Um título são-paulino mantém a taça sob domínio brasileiro -o Corinthians foi campeão em 2000. Pelos planos da entidade mundial, a próxima edição acontece já no ano que vem, mais uma vez em campos japoneses.


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