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Brasileiros buscam o tri entre a barbada e o perigo
Time que esperava disputar troféu do Mundial como favorito se torna azarão com ascensão dos ingleses
TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A YOKOHAMA
Parecia fácil, há cinco meses,
quando o São Paulo ganhou a Taça Libertadores da América e se
credenciou para jogar o Mundial
de Clubes da Fifa.
Mas hoje, às 8h20, quando encara o Liverpool em busca de seu
terceiro título mundial, fato inédito para um time brasileiro, os são-paulinos jogam o que parece ser
sua mais dura decisão no Japão.
O time inglês, que parecia inofensivo quando comparado ao
Barcelona de 1992 e ao Milan de
1993, cresceu, ganhou fama de
fortaleza defensiva e virou favorito. Enquanto isso, o São Paulo
caiu de produção e viveu dias de
crise já em solo japonês. Sem contar que o estrelado time que ganhou o bicampeonato deu lugar a
um elenco bem mais modesto.
Prova de tudo isso aconteceu
nas semifinais. O Liverpool despachou o Saprissa, da Costa Rica,
com uma tranqüila vitória por 3 a
0, quando completou sua 11ª partida sem ter a sua meta vazada.
Um dia antes, o São Paulo sofreu para bater o Al Ittihad. A vitória de 3 a 2 ocorreu sobre um rival que teve cinco atletas excluídos da disputa por problemas de
inscrição ou suspensão.
Nas casas de apostas européias,
uma vitória são-paulina paga, em
média, três vezes mais do que um
triunfo do Liverpool.
Os jogadores do time inglês trocaram o desprezo ao torneio que
nunca venceram pela promessa
de dedicação total. "Voltar para
casa com o título mundial significaria muito. Nossos nomes vão ficar nos livros de história para
sempre", diz o zagueiro Hyypia.
A confiança do Liverpool -o
astro Gerrard chegou a dizer que
"se sente imbatível"- não caiu
bem entre os atletas brasileiros.
"Estamos preparados e felizes
para a decisão do Mundial. O São
Paulo não tem medo de ninguém,
aqui temos jogadores de seleção
brasileira. Não tem bicho-papão
nenhum", retrucou o lateral Cicinho, que deve se transferir para o
Real Madrid após a partida, dando início a um desmanche que
pode ter outros nomes cintilantes,
como Amoroso e Lugano.
O técnico Paulo Autuori prevê
uma final sem favorito.
Se os 90 minutos terminarem
sem vencedor, será disputada
prorrogação de 30 minutos. Se o
empate persistir, o título será definido na cobrança de pênaltis.
O Mundial de Clubes que acaba
hoje com público só razoável foi o
segundo sob a chancela da Fifa.
Um título são-paulino mantém
a taça sob domínio brasileiro -o
Corinthians foi campeão em
2000. Pelos planos da entidade
mundial, a próxima edição acontece já no ano que vem, mais uma
vez em campos japoneses.
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