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FUTEBOL
São Paulo e Liverpool brilham muito mais em torneios internacionais
Decisão do Mundial testa
times padrão exportação
DO ENVIADO A YOKOHAMA
Eles são como aquela piada que
diz que um sujeito é como "pomada", ou seja, para uso externo.
São Paulo e Liverpool são os times de seus países mais vencedores em competições internacionais, mas com resultados bem
mais modestos no front interno
nas últimas temporadas.
Os são-paulinos jamais levantaram a Copa do Brasil e não ganham um Brasileiro há 14 anos.
No período, faturaram três Libertadores, dois Mundiais e outras
taças sul-americanas menores,
como a Conmebol e a Supercopa.
O Liverpool não sabe o que é ganhar a milionária liga inglesa desde 1990. Mas de lá para cá ganhou
uma Copa dos Campeões, uma
Copa da Uefa e, de quebra, duas
Supercopas européias.
Os dois clubes adoram alardear
a força internacional. O São Paulo
não cansa de tripudiar sobre o rival Corinthians, que nunca faturou a Libertadores e ganhou o primeiro Mundial da Fifa no Brasil.
"Para conquistar o mundo, é
preciso atravessá-lo", ironizou o
goleiro Rogério -a frase acabou
virando slogan numa bandeira da
torcida Independente.
Os cartolas são-paulinos não
perdem uma oportunidade de alfinetar o Corinthians pela sua
"falta de passaporte".
Dono de cinco títulos da Copa
dos Campeões, o mesmo número
que todos os outros clubes ingleses somados, o Liverpool trata a
competição continental como a
menina de seus olhos. No Inglês,
há muito tempo vê o domínio do
Manchester, do Arsenal e, mais
recentemente, do Chelsea.
Os reis do estrangeiro diferem,
no entanto, quanto ao trato que
deram ao Mundial.
O São Paulo praticamente desistiu do Brasileiro para se preparar
para o campeonato no Japão.
Quando atingiu uma margem
de pontos que matematicamente
o impedia de cair para a Série B,
passou a escalar times reservas. Só
voltou a usar os principais atletas
nas duas rodadas finais.
O clube está no Japão há mais de
dez dias para se adaptar ao fuso
horário e ao clima frio.
Já o Liverpool até cogitou pedir
à Fifa dispensa do torneio que decide hoje. Desembarcou no Japão
apenas na segunda-feira, três dias
antes da estréia, contra o Saprissa.
No sábado anterior, o time titular
enfrentara o Middlesbrough, pelo
Inglês.
A equipe chegou a poupar alguns titulares no Mundial. Na semifinal contra o Saprissa, o lateral-direito Finnan e o meia Kewell
ficaram de fora.
E ontem os ingleses dispensaram o treino de reconhecimento
no Estádio Yokohama. Preferiram descansar, mas mostraram
respeito ao time brasileiro.
"O São Paulo tem tradição e
bons jogadores. Equipes brasileiras são sempre competitivas",
disse o meia Xabi Alonso. "Conheço bem o Amoroso do Málaga", lembrou o goleiro Reina. "O
São Paulo tem jogadores que desequilibram. É uma fortaleza",
afirmou o técnico Rafael Benítez.
O jogo só terá estádio cheio porque a Fifa decidiu distribuir ingressos gratuitamente na véspera,
com medo do fracasso. Antes, havia bilhetes sobrando.
(TONI ASSIS)
NA TV - ao vivo, às 8h20, na
Globo, Record, Sportv e ESPN
Brasil
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