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NATAÇÃO
Kaio Márcio faz a melhor marca da história dos 50 metros borboleta em piscina curta, em torneio em Santos
Brasil tem recordista depois de sete anos
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de sete anos, o nadador
Kaio Márcio voltou a incluir um
brasileiro entre os recordistas
mundiais. Ontem, ele bateu a
marca dos 50 m borboleta, em
piscina curta, durante o Torneio
da Confederação Brasileira de
Desportos Aquáticos, em Santos.
O atleta paraibano marcou
20s60 na distância na final da
competição, reduzindo em 11
centésimos o tempo do norte-americano Ian Crocker, que tinha
sido obtido em outubro de 2004,
no Mundial de Indianápolis.
A última vez que um atleta brasileiro tinha conseguido quebrar
o recorde mundial foi em 1998,
com o revezamento 4 x 100 em
piscina curta. Na época, Gustavo
Borges, Fernando Scherer, Carlos
Jayme e Alexandre Massura obtiveram a melhor marca mundial
em torneio no Rio de Janeiro.
Só 11 nadadores brasileiros em
toda a história conseguiram recordes mundiais. Entre eles, Ricardo Prado, Maria Lenk e Manoel dos Santos.
Apenas oito marcas foram quebradas por atletas nacionais, já
que duas delas foram em revezamentos. Dessas, quatro foram em
piscinas curtas, como a obtida por
Kaio Márcio ontem.
No dia anterior, o nadador já
conseguira a melhor marca do
ano na prova de 100 metros borboleta, com 50s62. E havia batido
os recordes brasileiros e sul-americanos.
Para chegar a este rendimento,
mudou sua forma de preparação,
após ter resultados decepcionantes na Olimpíada de Atenas-não
chegou sequer as finais. Agora, o
atleta tem sido acompanhado por
uma equipe formada nutricionista, psicólogo e fisiologista, sob o
comando do técnico João Moura.
"Sempre converso com os principais atletas do meu estilo nas
competições internacionais. Observo muito e acho que a competição também acontece em nível
mental, fora das piscinas", disse
Kaio Márcio.
"Estão fazendo o trabalho deles
e que também enfrentam dificuldades e você também é capaz de
chegar no melhor, mesmo com os
obstáculos", completou.
Para o técnico João Moura, o resultado obtido ontem é conseqüência de trabalho realizado
desde 1997, quando o nadador foi
descoberto na Clínica de Novos
Talentos da CBDA. Segundo ele,
desde então o atleta tem amadurecido constantemente.
"Em Atenas, ele não teve o resultado que esperava e não parou
para chorar. Foi à luta. Também
acho super importante a confiança dele no seu técnico e também
no trabalho que é feito no Brasil."
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