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AÇÃO
Que seja no feminino
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Dia desses, na praia, observava Jojó de Olivença organizando um eclético grupo para
uma aula de surfe. O bicampeão
brasileiro Jocélio de Jesus, surfista
de Cristo que herdou da terra natal na Bahia o apelido, é um dos
vários surfistas consagrados que
têm se dedicado à (atualmente)
rentável atividade de ensinar a
arte de deslizar nas ondas. Rico,
Pedro Muller, Zé Paulo e Cisco
Araña engrossam essa lista.
Voltando à aula do Jojó, duas
coisas me chamaram a atenção
no grupo de alunos. Primeiro, a
presença do ídolo do vôlei nacional Maurício Lima, levantando
sobre a prancha, ainda na areia,
no ensaio que precede a entrada
na água, com a mesma facilidade
com que fazia levantamentos de
bola. Depois, a quantidade de
mulheres interessadas no curso:
minha Juliana entre elas.
Entrevistei Alfio Lagnado, responsável por algumas das mais
bem-sucedidas marcas do surfwear no país, que disse que 30%
da receita da maior marca do segmento, a Quiksilver, com faturamento de US$ 1,5 bilhão, vem da
linha feminina. Se o bodyboard
foi, há tempos, o responsável por
levar as mulheres para a água e
por trazer títulos mundiais para o
Brasil, não há dúvida de que,
atualmente, o surfe de pé está fazendo a cabeça das garotas.
Não à toa o calendário nacional
traz boas novidades para as surfistas nesta temporada. São três
etapas inéditas do circuito mundial, que prometem oferecer melhores chances às brasileiras de
ingressar no Tour.
A primeira prova será o Costão
Pro - Floripana 2006, na praia do
Santinho, em Florianópolis (SC),
entre 13 e 19 de fevereiro, quando
será disputado pela primeira vez
um WQS feminino no país. Etapa
de nível quatro estrelas, distribuirá US$ 20 mil em prêmios e 1.500
pontos para o ranking. Ainda pela divisão de acesso, o Billabong
Girls WQS, evento cinco estrelas,
acontece em agosto na praia da
Tiririca, em Itacaré (BA), e distribuirá 2.000 pontos e US$ 25 mil.
Na seqüência, lá em Itacaré,
ocorre a estréia da prova mais
importante para o surfe feminino
nacional, o Billabong Girls WCT,
que distribuirá US$ 65 mil e trará
a elite mundial feminina ao país.
Após a vitória da peruana Sofia
Mulanovich no circuito mundial
em 2004, quebrando a hegemonia
de americanas e australianas, esse reforço da perna sul-americana do circuito feminino contribui
para aumentar nossas chances de
emplacar um título no WCT, ainda que seja no feminino.
E, se houve incentivo para o
Mundial, também não vai faltar
motivação nas categorias de base.
O Rip Curl Grom Search começa
no sábado a sua sétima edição,
mantendo o trabalho de descobrir talentos e promover a integração da molecada do país todo.
Voltado para surfistas de até 16
anos, o circuito terá três etapas, a
primeira em Florianópolis, e os
campeões das categorias mirim e
feminina ganham a vaga e a viagem para disputar o Mundial
Grommets em 2007, na Austrália,
realizado com a etapa mais tradicional do WCT mundial, o Rip
Curl Pro em Bells Beach.
Mais um índice olímpico
Nikolai Hentsch, 22, que desde agosto havia conquistado a vaga para
a Olimpíada de Inverno na modalidade downhill, nesta terça-feira,
em Chamonix, França, conseguiu o índice também para o slalom.
Skate vertical
Começa amanhã no Rio o Oi Vert Jam, prova que abre a temporada e
valerá pontos para o ranking mundial. Também haverá prova de patim in line, com Fabiola da Silva competindo junto com os homens.
Santos Surfe Festival
Começa no sábado e vai até o dia 27 a programação de surfe na cidade que é berço do esporte no país. Destaque para a abertura do Brasileiro de longboard, que deve começar já no final de semana.
E-mail sarli@trip.com.br
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