São Paulo, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Confronto de Israel na Davis será sem torcida

Alegando falta de segurança, autoridades suecas anunciam que duelo contra a equipe local ocorrerá com os portões fechados

DA REPORTAGEM LOCAL

O conflito entre israelenses e palestinos na faixa de Gaza voltou a influenciar o mundo esportivo ontem. E, mais uma vez, a disputa no Oriente Médio respingou no tênis.
A Suécia anunciou que seu confronto com Israel, pela Copa Davis, no mês que vem, será realizado com os portões fechados para a torcida.
Por razões de segurança, as 4.000 cadeiras do ginásio Baltiska Hallen estarão vazias. Somente convidados da federação de tênis local poderão assistir à melhor de cinco partidas.
O responsável pela decisão foi o Comitê de Recreação da cidade de Malmö, no sul da Suécia, onde ocorrerá a disputa entre os dias 6 e 8 de março.
Segundo Bengt Forsberg, presidente do comitê, a medida visa evitar manifestações anti- -israelenses durante as partidas, válidas pelo primeira rodada do Grupo Mundial da Davis.
"Estamos falando de jogos de alto risco, em que não poderíamos garantir a segurança dos torcedores", afirmou ele.
E, apesar de considerar a decisão "inoportuna", a Federação Internacional de Tênis declarou, em comunicado oficial, que acatará a decisão das autoridades de Malmö.
"[O veto à torcida] nega aos fãs do tênis na Suécia a oportunidade de assistir a jogos de elite. Por isso, acreditamos que não representa, a longo prazo, os interesses da Copa Davis", afirmou a federação na nota.
Mesmo diante da perspectiva de vantagem por não ter de atuar com a torcida contra, a Federação de Tênis de Israel também criticou as autoridades responsáveis pela medida.
"É terrível que estejam tentando misturar política e esporte, especialmente em um país progressista como a Suécia", declarou o presidente da entidade, Michael Klein.
Esse foi o segundo episódio envolvendo tênis e o conflito árabe-israelense nesta semana.
No domingo, a tenista de Israel Shahar Peer -que foi alvo de protestos durante uma partida na Nova Zelândia, em janeiro- anunciou que teve seu visto negado pelos Emirados Árabes Unidos, o que a impediu de atuar no Torneio de Dubai.
Em virtude do incidente, a edição europeia do "Wall Street Journal" retirou ontem seu patrocínio ao evento, que vai até sábado. Já o canal de TV "Tennis Channel" cancelou a transmissão das partidas.
Ainda ontem, líderes judeus norte-americanos exigiram, em comunicado, a exclusão do Torneio de Dubai dos calendários masculino e feminino.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Modelo atual afasta verba do governo
Próximo Texto: Cruzeiro testa força ofensiva na Libertadores
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.