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Novo código de combate a racismo será aplicado na Copa, avisa Fifa
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez na história das
Copas, manifestações racistas podem eliminar seleções do torneio.
Ontem, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou que o novo
código contra o racismo da entidade, aprovado no mês passado e
que só começa a valer em torneios
interclubes na Europa a partir do
início da próxima temporada, em
agosto, será aplicado já na Copa.
Segundo o pacote de medidas,
se algum jogador for alvo de racismo -de adversários no campo
ou de torcedores-, o clube rival
perde três pontos. Na reincidência, serão deduzidos seis pontos.
Na segunda repetição, a pena é o
rebaixamento da equipe.
Na prática, se qualquer das punições for aplicada em mata-matas da Copa do Mundo, a equipe
penalizada é eliminada. Se a pena
for imposta na primeira fase, a
classificação dos punidos fica
muito difícil: em vez de disputar
nove pontos, pode chegar ao máximo de seis dentro de sua chave.
Segundo o dirigente máximo do
futebol no mundo, outras medidas, como a suspensão de partidas e o banimento de torcedores
dos estádios, também serão consideradas visando o Mundial.
Ele deseja ainda que a Fifa tenha
o poder de punir federações nacionais que não atuem com rigor
contra o racismo.
Medidas além das previstas no
pacote anunciado no mês passado serão debatidas no congresso
da entidade, que começa dois dias
antes da Copa e termina na data
do jogo inaugural (9 de junho).
Uma das preocupações de Blatter é evitar que inocentes sejam
punidos. Ele acha que jogadores e
torcedores podem manipular o
código de combate ao racismo
para prejudicar terceiros -por
exemplo, com um torcedor infiltrado na torcida adversária com o
intuito de punir uma equipe para
a qual não torce.
Na entrevista que concedeu a
um canal de TV britânico, Blatter
perdeu a paciência ao ser indagado pela âncora da entrevista a respeito da notícia de que 60 mil mulheres do Leste Europeu serão traficadas para servirem de prostitutas durante a Copa deste ano.
"Ouça senhora, o que podemos
fazer? A Fifa não é responsável pelo moral e ética de toda a população do mundo. Devemos combater apostas, drogas, armas e outras questões... Mas isso não é
nosso dever. Nosso dever é o futebol", disse o presidente da Fifa.
Enquanto, na Inglaterra, ele
anunciava a aplicação do código
contra o racismo na Copa, no
Chile, um jogador denunciava ter
sido alvo de racismo premeditado
em jogo da primeira divisão local.
O meia do Santiago Morning
Rodrigo Goldberg, que é judeu,
afirmou ao diário "Mercurio" que
foi alvo de insultos anti-semitas
na vitória de seu time por 1 a 0 sobre o Palestino -equipe que tem
grande parte da torcida oriunda
da comunidade árabe. Ele diz que
antes do embate recebeu uma ligação telefônica anônima com
ameaças e insultos similares aos
proferidos no jogo.
(LUÍS FERRARI)
Com agências internacionais
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