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OLIMPÍADA
Rogge aponta deficiências em relatórios, e finalistas buscam adesões
Comitê exclui "meninos" de uma disputa para "homens"
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, embora tenha feito um discurso conciliador, agradecendo a
participação de todas as cidades
na disputa pela Olimpíada de
2012, foi taxativo ao comentar a
exclusão de ontem de Rio, Leipzig, Havana e Istambul da eleição.
"Separamos os meninos dos
homens", afirmou o dirigente.
O belga disse que houve deficiência nos relatórios apresentados por essas postulantes.
"Se nós retiramos os projetos da
Turquia, de Cuba, da Alemanha e
do Brasil, isso não indica que não
acreditamos que esses países possam ser a sede dos Jogos. Quer dizer que seus relatórios não foram
bons o suficiente", declarou.
As explicações do presidente do
COI não deixaram satisfeitos os
turcos. Yalcin Aksoy, diretor da
candidatura de Istambul, usou a
lógica para contestá-lo. "Por que
nossa candidatura foi aceita há
três anos e não agora? Houve alguma involução? Não. Muito pelo
contrário. Então, o que mudou?"
O dirigente estava inconformado por Istambul ter sido finalista
na eleição anterior, pelos Jogos-08, mas ter ficado de fora agora.
Único país da União Européia a
ter suas pretensões barradas logo
no primeiro corte, a Alemanha lamentou a perda de investimentos
futuros com a queda de Leipzig.
"Os gastos já realizados valeram
a pena. Mas lamento muito. A
candidatura de Leipzig foi extraordinária", disse o chanceler
alemão Gerhard Schröder.
Havana, a outra cidade latino-americana eliminada da disputa
olímpica, questionou a pouca importância dada a alguns critérios
que poderiam favorecê-la.
"O mérito esportivo, a capacidade de organização e o respaldo
da opinião pública deveriam ter
maior peso nas decisões do COI",
disse José Fernández, presidente
do Comitê Olímpico Cubano.
Quem espera lucrar com a saída
de Rio e Havana da disputa é Madri. A cidade espanhola se torna a
única ibero-americana na eleição.
"Ter chegado até aqui mostra
que fizemos um bom trabalho e
conquistamos um enorme prestígio internacional", destacou o
prefeito da capital espanhola, Alberto Gallardón. "Estou alegre,
mas consciente de que aumentou
a nossa responsabilidade."
Paris, dona da melhor classificação entre as finalistas, espera obter o apoio de boa parte da África
para voltar a abrigar uma Olimpíada -foi sede em 1900 e 1924.
"Estar nessa posição é uma honra,
mas também um grande desafio",
apontou Jean-François Lamour,
ministro do Esporte da França.
Nova York festejou o fato de ser
a única cidade não-européia a
permanecer na disputa. "Dois
obstáculos foram superados, só
resta um", lembrou o prefeito Michael Bloomberg, referindo-se à
eleição da cidade para ser a candidata dos EUA e ao corte de ontem.
Apesar disso, ele destacou que a
disputa está longe do desfecho. "A
corrida pela organização dos Jogos não é uma prova de velocidade, mas sim uma maratona."
Ciente disso, o presidente do
Comitê Olímpico Russo, Leonid
Tiagachov, crê que Moscou, que
passou dessa fase com a menor
pontuação, ainda poderá surpreender os gigantes. "Não devemos ter medo dos outros."
Com agências internacionais
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