São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2008

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"Classe média" frustra boicote proposto pela Mancha

DA REPORTAGEM LOCAL

Revoltada com o preço dos ingressos cobrados para o reencontro do Palmeiras com sua torcida após o título estadual, parte da Mancha Alviverde boicotou a partida e não entrou no estádio. Coube ao torcedor comum impedir que o Parque Antarctica estivesse vazio na estréia caseira do Brasileiro.
Os 10.081 pagantes não se aproximaram da média do ano no estádio, que é de 23.585. Mas deram às arquibancadas o colorido necessário para empurrar a equipe na vitória.
Na frente da sede da torcida Mancha Alviverde, na rua Turiassú, quatro faixas foram colocadas. Todas, criticando o preço dos ingressos -de R$ 40 a R$ 100, mesmos valores cobrados na final do Paulista-08.
"Acompanhar o Palmeiras não tem preço. Mas não deixaremos que abusem da nossa paixão", dizia uma delas.
O alvo da ira da facção palmeirense era o vice-presidente Ebem Gualtieri, mentor da idéia de aumentar o valor dos ingressos -no começo do último Nacional, o setor das arquibancadas custava R$ 20.
"No mínimo, esse senhor deve desculpas à toda Torcida do Palmeiras", diziam os panfletos distribuídos na Turiassú.
"Sorte que eu ainda pago meia", afirmou o estudante Rafael Antonio, 20, ao lado do colega Eduardo Barcellos, 20, que também festejava o direito de pagar metade do valor por um ingresso de arquibancada.
"Quem vem em todo jogo geralmente é de classe mais baixa, que será a mais prejudicada. A gente da classe média não vai tanto ao estádio e pode pagar", disse Barcellos.
A diretoria do Palmeiras, por ora, segue dividida sobre o recuo nos valores dos ingressos para o próximo compromisso do time em casa, no dia 1º de junho, contra o Atlético-PR.
Questionado ontem, Gualtieri disse achar pouco provável a mudança. Mas ressaltou que seria melhor esperar pelo resultado do jogo antes de tomar qualquer decisão.
O dirigente entrou em rota de colisão com o diretor financeiro, Salvador Hugo Palaia, que afirmou não ter sido consultado pelo vice a respeito. Nos bastidores, diz-se que o martelo já foi batido: os valores voltarão a ser os mesmos do início do Paulista, com a arquibancada custando R$ 30. (RC)


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