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Favorito, São Paulo vive dilema tático
Diante do Cruzeiro, em casa, são-paulinos não sabem se administram vantagem ou acatam torcida e se lançam ao ataque
Para Ricardo Gomes, time, que tenta ir às semifinais da Libertadores, não pode só se defender ou dará "domínio psicológico" ao adversário
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Com uma vantagem de dois
gols no placar, construída com
a vitória no primeiro jogo, o São
Paulo passou a viver um dilema
sobre qual a melhor maneira
para enfrentar o Cruzeiro e garantir sua classificação às semifinais da Taça Libertadores.
Seguir o grito da torcida e
atacar o rival ou fechar-se na
defesa para trancar o jogo? As
declarações dos são-paulinos
se dividem sobre o tema.
Às vezes um mesmo jogador
defende duas atitudes diferentes para o time em uma mesma
frase. Foi o que aconteceu com
o zagueiro Alex Silva.
"Temos que repetir o primeiro jogo [com o time fechado]. Se
o Cruzeiro vir para cima, é perigoso para eles. Porque tomar
um gol é um problema para
eles", disse ele, que, em seguida,
apontou em situação oposta.
"Por jogar em casa, a torcida
[são-paulina] vai querer que a
gente busque o gol. Isso obriga
a equipe a ir para cima, e não só
segurar o jogo", disse o beque.
O primeiro jogo foi vencido
por 2 a 0 pelos são-paulinos.
Com isso, o time se classifica se
perder por um gol de diferença.
O duelo em Belo Horizonte
foi marcado por uma boa atuação da defesa tricolor, que só
sofreu dois gols em nove apresentações nesta Libertadores.
Naquela partida, o time fez
155 desarmes, número inédito
no ano. Só concluiu duas vezes
a gol e converteu ambas.
"Temos que jogar da mesma
maneira [do primeiro jogo com
o Cruzeiro]. No ano passado, vimos como é difícil correr atrás
quando o placar é desfavorável", disse o atacante Dagoberto. Em 2009, o São Paulo precisava da vitória porque havia
perdido no Mineirão. Acabou
derrotado e eliminado.
O volante Rodrigo Souto tem
discurso diferente do seu colega. "Porque jogamos em casa,
precisamos ser um pouco mais
ofensivos", afirmou ele.
Em meio ao dilema, o São
Paulo tem algumas certezas.
Embora não confirmada oficialmente, a formação terá três
zagueiros, com a volta de Miranda no lugar de Xandão.
Assim, haverá uma repetição
do esquema do jogo em Minas.
O que o técnico Ricardo Gomes não quer fazer igual é a falta de posse de bola. O time são-paulino deu só 236 passes, sendo 32,6% errados, o que permitiu o domínio do adversário,
que teve várias chances de gol.
Para ele, é preciso tirar lições
daquela partida, apesar da vitória. É também de Ricardo Gomes a responsabilidade de resolver o dilema são-paulino.
Sua resposta é um meio-termo. E também uma preocupação de que o time controle seus
nervos durante a partida.
"Temos que defender e atacar com equilíbrio. Se o adversário furar nosso bloqueio, você
pode perder o domínio psicológico", ressaltou o treinador.
Diante da indecisão anterior
ao jogo, a atitude da torcida
são-paulina pode ter influência
decisiva na atuação do time.
"Enquanto o jogo estiver 0 a 0,
a torcida vai ter paciência. Por
isso, é bom buscar logo o gol
primeiro", define Alex Silva.
NA TV - São Paulo x Cruzeiro
Globo, Bandsports e Sportv 2,
ao vivo, às 21h50
FOLHA ONLINE
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