São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Diante da chatice, Mineirão chia e abandona Dunga

Brasil e Argentina entram com muitas modificações nos times, mas pouco produzem e despertam a ira da torcida

Brasil 0
Argentina 0

DOS ENVIADOS A BELO HORIZONTE

Ambos estavam pressionados e resolveram dar uma chacoalhada nas equipes, mudando nomes e a forma de jogar.
Mas nem Dunga e seu Brasil nem Alfio Basile e sua Argentina tiveram sucesso nessa empreitada no 0 a 0 entre os dois grandes rivais no Mineirão.
Dunga, que foi vaiado já antes do jogo, quando o sistema de som do Mineirão anunciou seu nome, começou a semana dizendo que não adiantava mudar o time. Mas começou ontem com três alterações em relação ao 2 a 0 para o Paraguai -Anderson, Júlio Baptista e Adriano entraram, respectivamente, nas vagas de Josué, Diego e Luis Fabiano.
Alfio Basile foi ainda mais radical. A Argentina de ontem teve quatro trocas em relação à que empatou com o Equador. Todos os setores foram alterados -no ataque, o baixinho Agüero deu lugar a Júlio Cruz.
O treinador brasileiro ainda pediu uma mudança de atitude, que, se aconteceu, foi mínima.
No início, a Argentina tinha sucesso em cadenciar o jogo e tentar o gol nas bolas paradas. Mas foi o Brasil, aos 23min, em chute de Júlio Baptista defendido por Abbondanzieri, que teve a primeira chance clara.
Uma contusão deixou o Brasil ainda mais ofensivo. Aos 34min, Anderson sentiu dores e teve que ser substituído. Em vez de colocar Josué, outro volante, Dunga optou pelo meia Diego, para a alegria de Pelé, que durante o dia em BH criticou o excesso de volantes na seleção na atual gestão técnica.
Até o final do primeiro tempo, de relevante, só a arrancada de Robinho, que driblou Abbondanzieri na linha de fundo, foi puxado pela camisa e, em vez de tocar para Adriano, driblou de novo e foi desarmado. O ex-são-paulino chiou.
E a torcida no Mineirão não perdoou a ruindade do clássico e vaiou muito na saída para o intervalo, em que o show do Skank recebeu mais aplausos.
O segundo tempo começou, e Adriano seguia sem justificar a fama de carrasco argentino. E logo a torcida passou a pedir a entrada de Alexandre Pato, desta vez escalado para o banco de reservas por Dunga.
E o Mineirão perdeu a paciência com Dunga, que passou a ser ofendido de forma grosseira antes de começar o coro de "burro". Que ficou mais forte quando tirou Adriano, aplaudido apesar da pífia atuação, para a entrada de Luis Fabiano em detrimento de Pato.
E o treinador parece ter absorvido as críticas, ficando recolhido no banco e fazendo na sua última substituição uma troca inusitada. Ele sacou Diego, que havia entrado depois da primeira metade do primeiro tempo, para a entrada de Daniel Alves, um lateral-direito.
O Brasil se desestruturou mais e só não tomou o gol da primeira vitória argentina em solo brasileiro em dez anos porque os atacantes rivais erravam, e feio, nas finalizações. (PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


Texto Anterior: Torcedor, Ronaldinho diz querer Pequim
Próximo Texto: Grupo "veterano" encerra preparação olímpica no RJ
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.