São Paulo, Segunda-feira, 19 de Julho de 1999
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PAN-AMERICANO
COB chama maior número de técnicos e dirigentes com know-how internacional para a disputa
Recorde de estrangeiros reforça Brasil

da Reportagem Local

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) vai levar 17 profissionais estrangeiros para ajudar o desempenho do país no Pan-Americanos de Winnipeg (Canadá), que tem início nesta semana.
Esse é o maior time estrangeiro a integrar uma delegação brasileira na competição. Quatro anos atrás, em Mar del Plata, na Argentina, havia 13, segundo o COB.
Vários estrangeiros chegaram há pouco tempo, e sua permanência está ligada às medalhas que conquistarem nesta edição.
A norte-americana Sandra Nitta, que dirigiu o time feminino de pólo aquático de seu país em quatro Mundiais, abandonou uma breve aposentadoria no início do ano para trabalhar com o Brasil.
""Dirigir as brasileiras é uma situação familiar para mim, pois elas estão em um estágio similar àquele dos EUA há uns dez anos."
Uma das principais contribuições que a técnica traz é a experiência em situações comuns em competições internacionais e os aspectos psicológicos envolvidos.
""Após um treino, estávamos no vestiário quando Nitta mandou que retornássemos. Era para nos acostumar a eventuais prorrogações", disse a atacante Cristiana Pinciroli, capitã da seleção.
A ucraniana Iryna Ilyashenko, membro da comissão técnica do time russo de ginástica artística entre 87 e 92, é mais um exemplo de reforço recente.
Apesar do pouco tempo no Brasil, onde chegou há quatro meses, as dificuldades de comunicação foram contornadas facilmente.
""Para seu trabalho, não é preciso ter um vocabulário extenso. É tudo técnico, fácil de os atletas entenderem. E até as palavras do dia-a-dia ela já está aprendendo", explica Eliane Martins, chefe da equipe no Pan-Americano.
Alguns estrangeiros vão dispor de menos tempo ainda.
O mexicano Alfonso Saavedra, que em Mar del Plata jogou pela seleção de boliche de seu país, vai encontrar os atletas brasileiros somente em Winnipeg.
""Enquanto isso, vamos mantendo contatos telefônicos com o Alfonso, que é ex-campeão mundial. Ele passa dicas sobre equipamentos, como a preparação de pistas e outras novidades", diz Marco Areas, presidente da Confederação Brasileira de Boliche.
Se alguns estrangeiros terão de mostrar resultados a curtíssimo prazo, outros que atuam no Brasil há algum tempo só agora ganham a chance de acompanhar os brasileiros no Pan-Americano.
O armênio Vachagan Ter Meliksetyan, 48, técnico do time masculino de ginástica, no país há oito anos, vinha trabalhando só com clubes. ""Agora que tenho essa chance, quero provar meu valor e colocar dois ou três atletas (dos seis que dirige) nas finais", diz. (EDUARDO OHATA)

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