São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006

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Brasil decide contra campeã européia

Seleção de basquete passeia contra o Canadá, poupa principais atletas e pega República Tcheca nas quartas do Mundial

Antonio Carlos Barbosa dá chance a todas as jogadoras na vitória por 41 pontos de vantagem, mas Alessandra reclama ao ser substituída


ADALBERTO LEISTER FILHO
EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil não teve problemas para vencer ontem o Canadá, por 82 a 41 no ginásio do Ibirapuera. Com isso, terminou o Grupo E do Mundial em terceiro lugar e ainda e pôde preservar suas estrelas para os mata-matas, que começam amanhã, quando enfrenta a República Tcheca, potência na Europa.
Anteontem, a técnica canadense, Allison McNeill, havia afirmado que sua equipe só venceria o time de Antonio Carlos Barbosa se Janeth e Alessandra se aposentassem.
Tal fato não aconteceu. O Brasil imprimiu ritmo forte desde o início, dominou os rebotes -37 a 22 em todo o confronto- e abriu boa diferença já no primeiro quarto: 24 a 13.
"Consegui parar o Brasil por dez segundos. Depois, elas deslancharam", disse McNeill. Em um ataque, as brasileiras chegaram a capturar quatro rebotes antes de definirem o ponto.
Sem perspectiva de equilibrar a partida, McNeill resolveu dar mais experiência ao seu banco, tirando as titulares, inclusive a pivô Tammy Sutton-Brown, sua maior estrela. Houve espaço até para Kelsey Adrian, de 16 anos, a atleta mais nova do Mundial. "Fiquei emocionada com o público, que incentivou o Brasil durante toda a partida", confessou.
Barbosa também lançou mão de seu banco, visando descansar as titulares. O técnico deu chance a todas do elenco. Alessandra, destaque do Brasil no torneio, reclamou ostensivamente de ter que sair. "Ela é explosiva mesmo. É o jeito dela", minimizou Barbosa.
"Temos três boas opções para o setor. Além da Alessandra, que é titular da seleção brasileira há 12 anos, tem a Kelly e a Erika, que é uma garotona. Estamos tendo o cuidado de colocá-la aos poucos para ela entrar no ritmo do time", completou o treinador, referindo-se à pivô, que machucou o tornozelo às vésperas do Mundial e não atuou na primeira fase.
Sem Alessandra, a treinadora canadense teve seus desejos atendidos logo no início do terceiro período, quando Janeth torceu o tornozelo direito no ataque e não voltou mais.
Mas já era muito tarde. Mesmo com as reservas, a diferença do Brasil cresceu: 64 a 32, com o Canadá marcando só oito pontos no terceiro quarto.
"Ao contrário do que dizem, nossa defesa tem jogado bem. Não vejo falhas", analisou Barbosa, cujo time cede, em média, 68,7 pontos por jogo.
A equipe saiu de quadra com a perspectiva de pegar a França na próxima fase. No entanto as francesas perderam para a China por 66 a 64. Com isso, o Brasil agora pegará o segundo colocado do Grupo F, a República Tcheca, que é atual campeã européia e ontem perdeu para as norte-americanas por 63 a 50.
"Não tenho preferência de adversário, todos são perigosos. Não me lembro de ter jogado contra a República Tcheca. É um rival que traz mais dificuldades", disse Helen.


BRASIL: Helen (10 pontos), Iziane (17), Janeth (10), Êga (6), Alessandra (8); Adrianinha (9), Karen (2), Micaela (6), Sílvia (0), Cíntia Tuiú (6), Erika (4), Kelly (4);
CANADÁ: Teresa Kleindienst (0), Nicole Johnson (2), Kimberley Smith (9), Chelsea Aubry (5), Tammy Sutton-Brown (14); Sheila Townsend (0), Kelsey Adrian (2), Isabelle Grenier (3), Amanda Brown (4), Claudia Brassard-Riebesehl (0), Carrie Watson (2), Sarah Crooks (0)


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