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para poucos
Corinthians e Palmeiras cobram caro e lucram
Times têm preço de ingressos quase
80% maior que média do Brasileiro-09
Mesmo sem figurar no top 5
de público, arquirrivais são
os que mais arrecadam e
dizem que hoje renda anual
equivale a cota de patrocínio
PAULO COBOS
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na bilheteria do Brasileiro de
2009, Corinthians e Palmeiras
são de outro mundo.
Com uma política agressiva
de aumento no valor das entradas, os dois clubes são os primeiros a ultrapassar a barreira
dos R$ 30 no preço médio do
ingresso na era dos pontos corridos, iniciada em 2003.
O Corinthians cobra, em média, R$ 32,2 por um ingresso, e
o Palmeiras, R$ 32,5. Nos dois
casos, o valor dos bilhetes fica
quase 80% acima da média geral do torneio (R$ 18,2). Quem
chega mais perto da dupla é outro grande paulistano, o São
Paulo, que cobra, em média,
R$ 20,9 por uma entrada.
A discrepância é tamanha
que põe em xeque a natural lógica do futebol de que, quanto
mais gente na plateia, mais dinheiro nos cofres dos clubes.
Pela primeira vez na era dos
pontos corridos, o líder na arrecadação não é o também o primeiro na média de público.
O Corinthians (o rei do faturamento, com arrecadação bruta de R$ 7,2 milhões), aliás, fica
longe dos primeiros lugares no
número de ingressos vendidos
-é apenas o sexto no ranking.
Logo atrás no faturamento
vem o Palmeiras, com R$ 6,6
milhões. Isso com apenas a nona melhor média de público.
A evolução no preço médio
dos ingressos nos últimos anos
explica a atual realidade. De
2004 para 2009, o valor médio
cobrado por uma entrada no
Brasileiro como um todo subiu
54%. No caso do Corinthians,
esse número é de 133%. No do
Palmeiras, fica em 150%.
E tanto Corinthians como
Palmeiras falam em manter a
tendência de preços altos.
O time do Parque São Jorge
quer aumentar o ingresso do
setor VIP para R$ 500 em jogos
da Libertadores. A diretoria já
fez um preço diferenciado na final da Copa do Brasil, embora o
preço cobrado naquela oportunidade tenha sido de R$ 250.
O presidente Andres Sanchez já declarou também que as
partidas do torneio serão espetáculo para poucos. O clube dará prioridade a quem aderir a
seu programa de sócio-torcedor, praticamente restringindo
a venda de lugares mais em
conta no estádio a esse grupo.
"Quem não se cadastrar no
Fiel Torcedor terá muita dificuldade em ver os jogos da Taça
Libertadores", afirma o principal cartola corintiano.
No Palmeiras, o dinheiro da
bilheteria é prioridade.
"É um valor que não dá para
desconsiderar. Hoje a renda
voltou a ser importante. Ela
equivale anualmente a uma cota de patrocínio como o da
Samsung", explica Fabio Raiola, diretor financeiro do clube
do Parque Antarctica.
Segundo ele, a arrecadação
bruta do Palmeiras em 2009
deve ultrapassar os R$ 20 milhões (R$ 15 milhões líquidos).
O clube acaba de promover
um aumento para os ingressos
de suas partidas -no caso das
arquibancadas, ele foi de 33% e
passou a valer R$ 40.
Para 2010, apesar de ainda
não saber onde mandará os
seus jogos por causa da reforma
de seu estádio, que já deverá estar em curso, a tendência é a de
que o Palmeiras promova novo
aumento em jogos da Libertadores, caso se classifique para
ela. Neste ano, o clube já tinha
cobrado R$ 50 pela arquibancada. "A tendência é que o preço seja pelo menos igual ao que
foi neste ano", planeja Raiola.
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