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São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003

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MEMÓRIA

Húngaro perdeu mão esquerda e foi bicampeão

DA REPORTAGEM LOCAL

Os casos são raros. Em 104 anos de história, poucos atletas portadores de deficiências conseguiram disputar os Jogos Olímpicos.
Entre os amputados, o primeiro caso foi registrado apenas na Olimpíada de Londres, em 1948. Karoly Takacs, atirador húngaro, protagonizou a façanha.
Ele fazia parte da seleção de seu país até 1938. Sargento do exército, foi nomeado para uma ação militar aparentemente corriqueira.
Uma granada com defeito, porém, acabou explodindo e esfacelando sua mão esquerda. Era a mão que com que portava a pistola.
Após um mês no hospital, Takacs começou a lapidar a mão direita para voltar a competir. Em 1939, triunfou no torneio nacional e exibiu parte da velha pontaria.
Os Jogos de 1940 e 1944 não foram realizados em decorrência da Segunda Guerra. Em Londres-1948, aos 38 anos, Takacs chegou dizendo aos rivais que estava ali apenas para "aprender". Só que aprendeu rápido. Bateu os favoritos e levou o ouro com um recorde mundial.
Quatro anos depois, em Helsinque, na Finlândia, repetiu o feito e se tornou o primeiro bicampeão olímpico de pistola rápida.
Outro caso emblemático foi o da neozelandesa Neroli Fairhall, primeira paraplégica que disputou uma Olimpíada. Ela perdeu o movimento dos membros inferiores após um acidente de moto. Em Los Angeles-1984, participou das provas de tiro com arco sentada em sua cadeira de rodas. "Perguntavam se eu sentia muita desvantagem em atirar sentada. Eu respondia que não sabia, porque nunca havia atirado em pé", dizia. Neroli acabou na 35ª posição. (GR)


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