São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2008

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Na 1ª final pós-queda, Diego alarga seca no solo

Atleta é superado por rival de Pequim e acaba com a prata na Copa em Glasgow

Nervoso, ginasta fica sem o ouro, assim como Daiane no primeiro evento depois de Atenas-2004, mas afirma ter cumprido três objetivos

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Parecia filme repetido. Assim como Daiane dos Santos após o revés na Olimpíada de Atenas-2004, o ginasta Diego Hypólito deixou escapar o ouro em sua primeira competição depois da queda nos Jogos de Pequim.
Ontem, nas finais da etapa da Copa do Mundo em Glasgow, ele foi superado pelo israelense Alexander Shatilov no solo e ficou com a prata, amargando seu maior jejum de vitórias em provas oficiais fora do país numa temporada desde 2005, quando foi campeão mundial, mas passou a maior parte do ano recuperando-se de lesão.
"O importante não era o resultado, e sim acertar a série, pois estava muito nervoso antes de competir, o que não costuma acontecer comigo", disse o brasileiro, que era favorito.
Terceiro a se exibir no tablado do Kelvin Hall, Diego tirou 15,525, abaixo de seu escore na classificatória (15,675). E ficou 0,1 ponto atrás de Shatilov, justo o único rival em atividade a quem superou na final do solo em Pequim, quando foi sexto -o israelense ficou em oitavo.
O rival de 21 anos já perdera para o brasileiro em maio, na etapa de Moscou, quando, em sexto, viu Diego levar a prata.
O resultado em Glasgow deve-se à tática dos ginastas. Enquanto o brasileiro baixou a nota de partida da 1ª fase para a final de 16,60 para 16,50, o israelense a elevou de 16,20 para 16,50. A nota de partida é o máximo que o atleta pode atingir.
Apesar de ter exorcizado a acrobacia que derrubou na China, o duplo twist grupado, Diego não repetiu ontem todos os elementos da série olímpica. "Não era preciso colocar toda a dificuldade agora, por isso simplifiquei o que fiz na classificatória. A meta é fazer todas as dificuldades em Madri", disse ele.
A capital espanhola abrigará em dezembro a finalíssima da Copa, que terá os oito mais bem colocados no ranking mundial.
Na obsessão por apagar a imagem deixada na final olímpica, Diego, 22, pareceu seguir o roteiro de Daiane na primeira prova fora do país após a derrocada em Atenas. Em novembro de 2004, a gaúcha, após liderar a 1ª fase, também tirou nota mais baixa na final e acabou em terceiro na Copa em Stuttgart.
Apesar de jejum de ouro, Diego Hypólito alcançou seu 17º pódio na Copa -é o atleta do país mais premiado no evento. E ampliou a liderança no ranking de solo -somará 40 pontos aos 555,72 que já ostenta.
"Não gosto de perder. No Brasil, infelizmente, só dão valor para o ouro. Mas o importante é não perder o foco."
Ele diz ter cumprido três metas no que definiu ser o "recomeço" da carreira. A primeira foi ter voltado a atuar no solo, aliviando a ansiedade. A segunda deve-se à melhora no ritmo de competição. E a terceira foi ter somado pontos no salto.
Neste aparelho, Diego até superou o israelense, mas ficou só em sexto, com 15,637, o que lhe dará 20 pontos no ranking, no qual é o nono colocado.
Agora, Diego só volta a atuar no mês que vem, quando disputa etapa da Copa em Stuttgart.




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