São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

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SÃO PAULO TRICAMPEÃO

Sem ter oportunidades para cobrar falta, goleiro pára o Liverpool e é eleito o melhor jogador do Mundial

Rogério troca pés pelas mãos para brilhar

DO ENVIADO A YOKOHAMA

Artilheiro do time na temporada. Goleador do São Paulo na Libertadores. Autor de 11 gols de falta em 2005. Esse currículo credenciava Rogério como candidato a decidir a partida de ontem.
E o goleiro decidiu. Saiu consagrado como o melhor jogador do torneio e principal nome da final contra o Liverpool. Mas sem fazer gols. Ele obteve o prêmio evitando que vazassem suas redes.
"Às vezes as pessoas se esquecem de que jogo no gol. Essa é a minha função. Defender. É por isso que eu estou aqui, e, como não tive chance de ir à frente para cobrar uma falta, fiz a minha parte lá atrás. Conseguimos ser campeões no Japão", afirmou.
Apesar da atuação destacada, Rogério não coloca o jogo contra o Liverpool como o que mais trabalhou neste ano. Mas ele reconhece que, em razão da grandiosidade do evento, essa decisão vai ficar marcada. "Acho que fiz jogos em que fui mais exigido. Até no Paulista. Mas, pela história da partida, o placar de 1 a 0, o gol marcado por um volante, muita marcação, isso fica na memória."
O que mais emocionou o goleiro foi o fato de estar, de uma vez por todas, eternizado no Morumbi. "Agora, no centro de treinamento, vai ter a foto do tricampeonato, e eu vou estar lá."
Depois de ganhar os dois prêmios mais cobiçados individualmente -melhor jogador da partida, dado pela primeira vez a um goleiro, e do certame-, Rogério enalteceu o espírito do elenco, embora reconheça que não tenha sido uma partida perfeita. "Os homens de frente ajudaram atrás e atuaram como volantes. Todo mundo correu muito, e essa ajuda fez todo o time crescer", disse Rogério, segurando as duas taças.
Ao ser questionado se teria que esvaziar a bagagem para levar os troféus, respondeu de imediato: "Olha, se o motivo for esse, não tem problema, a gente esvazia tudo rapidinho".
Titular da equipe são-paulina desde 1997, ele considerou 2005 um ano de redenção. "Ficamos um bom tempo sem disputar uma Libertadores. Depois, entramos e fomos eliminados pelo Once Caldas com um gol no final. Acho que amadurecemos com tudo isso", disse o goleiro.
Mas a alegria explodiu mesmo quando, ainda no gramado, Rogério recebeu o troféu de campeão. "Agora o meu ciclo está completo. Isso aqui para mim é um sonho, muito mais do que mereço em minha vida."
Nas homenagens que fez após o duelo, o goleiro dedicou atenção especial à mulher, Sandra, e às filhas Beatriz e Clara, que completam um ano amanhã. (TONI ASSIS)


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