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SÃO PAULO TRICAMPEÃO
Sem ter oportunidades para cobrar falta, goleiro pára o Liverpool e é eleito o melhor jogador do Mundial
Rogério troca pés pelas mãos para brilhar
DO ENVIADO A YOKOHAMA
Artilheiro do time na temporada. Goleador do São Paulo na Libertadores. Autor de 11 gols de
falta em 2005. Esse currículo credenciava Rogério como candidato a decidir a partida de ontem.
E o goleiro decidiu. Saiu consagrado como o melhor jogador do
torneio e principal nome da final
contra o Liverpool. Mas sem fazer
gols. Ele obteve o prêmio evitando que vazassem suas redes.
"Às vezes as pessoas se esquecem de que jogo no gol. Essa é a
minha função. Defender. É por isso que eu estou aqui, e, como não
tive chance de ir à frente para cobrar uma falta, fiz a minha parte lá
atrás. Conseguimos ser campeões
no Japão", afirmou.
Apesar da atuação destacada,
Rogério não coloca o jogo contra
o Liverpool como o que mais trabalhou neste ano. Mas ele reconhece que, em razão da grandiosidade do evento, essa decisão vai
ficar marcada. "Acho que fiz jogos em que fui mais exigido. Até
no Paulista. Mas, pela história da
partida, o placar de 1 a 0, o gol
marcado por um volante, muita
marcação, isso fica na memória."
O que mais emocionou o goleiro foi o fato de estar, de uma vez
por todas, eternizado no Morumbi. "Agora, no centro de treinamento, vai ter a foto do tricampeonato, e eu vou estar lá."
Depois de ganhar os dois prêmios mais cobiçados individualmente -melhor jogador da partida, dado pela primeira vez a um
goleiro, e do certame-, Rogério
enalteceu o espírito do elenco,
embora reconheça que não tenha
sido uma partida perfeita. "Os homens de frente ajudaram atrás e
atuaram como volantes. Todo
mundo correu muito, e essa ajuda
fez todo o time crescer", disse Rogério, segurando as duas taças.
Ao ser questionado se teria que
esvaziar a bagagem para levar os
troféus, respondeu de imediato:
"Olha, se o motivo for esse, não
tem problema, a gente esvazia tudo rapidinho".
Titular da equipe são-paulina
desde 1997, ele considerou 2005
um ano de redenção. "Ficamos
um bom tempo sem disputar
uma Libertadores. Depois, entramos e fomos eliminados pelo Once Caldas com um gol no final.
Acho que amadurecemos com tudo isso", disse o goleiro.
Mas a alegria explodiu mesmo
quando, ainda no gramado, Rogério recebeu o troféu de campeão. "Agora o meu ciclo está
completo. Isso aqui para mim é
um sonho, muito mais do que
mereço em minha vida."
Nas homenagens que fez após o
duelo, o goleiro dedicou atenção
especial à mulher, Sandra, e às filhas Beatriz e Clara, que completam um ano amanhã.
(TONI ASSIS)
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