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BASQUETE
Nenhuma das seis equipes têm atletas que disputaram o Mundial-2002
Paulista feminino começa hoje enxuto e sem estrelas
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nenhuma jogadora que esteve
em ação no Mundial da China, no
ano passado, estará em quadra no
Paulista feminino, que começa
hoje com três partidas.
Pelo segundo ano consecutivo,
a competição ficará esvaziada.
Apenas seis clubes -Unimed/Americana, Unimed/Ourinhos,
São Paulo-Guaru, Santo André,
São Bernardo e São Caetano-
irão disputar o Estadual.
O torneio terá dois turnos, com
todas as equipes se enfrentando.
As duas primeiras colocadas já se
classificam para as semifinais. Os
demais times disputam o mata-mata das quartas-de-final.
O Paulista não terá o Jundiaí,
que jogou no ano passado e agora
deixou o adulto para priorizar as
categorias de base. Em seu lugar,
o São Bernardo, sob o comando
de Antonio Carlos Vendramini,
volta a disputar o Estadual.
"Vamos iniciar o campeonato
com um grupo meia-boca, vamos
dizer assim. Nossa idéia é obter
uma parceria para trazer jogadoras mais experientes", afirma
Vendramini, que mantém contato com as irmãs Cíntia e Silvinha e
com a pivô Maristela, que estão
atuando na Espanha.
A única selecionável que estará
em ação neste Estadual é Micaela,
que defende o Americana. A ala,
contudo, nem chegou a entrar em
quadra no Mundial de 2002. Ela
sofreu uma torção no tornozelo
esquerdo na véspera de o Brasil
estrear no torneio, contra a China.
Apesar do esvaziamento do torneio, com estrelas como Silvinha e
Helen jogando no exterior e outras, como Janeth, priorizando
sua participação na WNBA, os
técnicos apontam um fator positivo: o espaço que poderá ser
preenchido por novas atletas.
"Tem muita jogadora que atua
no país que é melhor do que a
maioria que está no exterior", crê
Laís Elena Aranha, técnica do
Santo André e assistente de Antonio Carlos Barbosa na seleção.
Para o técnico Paulo Bassul, do
Americana, os clubes só terão
condições de repatriar as estrelas
caso haja mudanças na legislação.
"Sem uma Lei Rouanet de incentivo ao esporte e com a economia instável, os clubes não têm
como investir", argumenta ele.
O Americana, que foi vice-campeão paulista e nacional em 2002,
é um exemplo da dificuldade em
se manter as atletas no país.
A equipe perdeu as suas duas
principais jogadoras. A armadora
Helen se transferiu para o Filtros
Mann, e a ala Silvinha foi jogar no
Ibiza, ambos da Espanha.
Sem patrocinadores fortes, os
clubes não conseguem manter
suas atletas. Sem jogadoras de peso, os times não atraem novos investidores. "É um círculo vicioso
que temos que tentar superar. Algumas jogadoras que estão no exterior já manifestaram a intenção
de voltar. É só conseguir viabilizar
isso", aponta Vendramini.
Com o esvaziamento do torneio, os treinadores preferem não
apontar favoritos ao título.
"Ainda é cedo para dizer quem
pode ser campeão. Até o segundo
turno, as equipes podem trazer
jogadoras que estão no exterior e
tudo mudar", analisa Bassul.
Em 2002, o Americana terminou a primeira fase invicto. Para
os mata-matas, porém, o Ourinhos contratou a ala Janeth, principal jogadora da seleção brasileira. Acabou ficando com o título
ao superar o time de Bassul, no
mata-mata final, por 3 a 1.
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