São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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Herói e vilão do Palmeiras buscam espaço e perdão

DA REPORTAGEM LOCAL

Dois personagens entram em campo hoje entre o céu e o inferno. Para o zagueiro Gustavo, o clássico que define um dos finalistas do Paulista tem cara de redenção. E isso ele deve graças ao atacante Lenny, que recolocou o Palmeiras no páreo.
Depois de falhar no segundo gol de Adriano, semana passada, Gustavo viu o São Paulo dar um passo importante à decisão.
Aos 20min do segundo tempo, porém, Lenny, 20, entrou no lugar de Élder Granja e salvou a pele do defensor, pois 12min depois, era tocado por Alex Silva dentro da área. Pênalti que Alex Mineiro converteu para dar ao time a chance de ir à final com uma vitória.
"É muito bom quando seu trabalho é reconhecido. Às vezes entrava bem, ajudava o time, mas não fazia o gol. Dava um passe. Mas um pênalti é mais forte, ainda mais num jogo dessa grandeza", diz Lenny.
Um dos caçulas do elenco - o zagueiro Maurício é seis meses mais novo- saboreou a fama. "Fui ao shopping almoçar com meus avós e vários palmeirenses vieram me agradecer."
No caso de Gustavo, a retribuição pela ajuda virá não só com a vaga garantida na final.
"Se puder ser com os dois [gol e anular Adriano], vai ser ideal. Mas sei a qualidade do São Paulo, e creio que vai ser um jogo sem qualquer tipo de previsão."
Gustavo segue a linha do nada como um jogo após o outro. O zagueiro espera a chance de mudar o enredo da história a seu favor. "Sempre assumi os erros. Falaram que eu tremi. Mas conheço meu potencial e não acredito que dê tudo errado para a gente de novo."
Num time em que os títulos rarearam nos últimos tempos, Gustavo disse não temer a torcida. "Em seis horas, os ingressos se esgotaram. Os torcedores estão confiantes, e precisamos só de uma vitória. É hora de retribuir essa força da torcida dentro de campo", afirmou.
Na guerra de nervos que ganhou contornos externos na imprensa com o bate-boca entre o superintendente Marco Aurélio Cunha e do gerente de futebol palmeirense Toninho Cecílio, Gustavo disse que o grupo está blindado na história.
"O que importa é que jogamos em casa e dependemos de nossas forças para vencer."
O zagueiro lembrou o confronto na fase de classificação, quando o Palmeiras goleou por 4 a 1. "Naquele jogo, eu e o Henrique fizemos marcação forte no Adriano. Como vencemos, tudo ficou calmo. Vamos redobrar os cuidados na marcação para buscar a classificação."
Ontem, o Palmeiras fez o seu último trabalho de campo antes do clássico com portões fechados, contrastando com o rachão da semana passada, realizado sob o barulho da torcida.
Alex Mineiro treinou pênaltis. Léo Lima, Diego Souza e Denílson também ensaiaram cobranças de falta. Ao final do treino, o time foi direto para o ônibus e ninguém falou.
Luxemburgo não definiu o time, mas Martinez deve mesmo ser o substituto de Pierre, que está suspenso. (RC E TA)


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