São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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AÇÃO

Teahupoo no micro

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Andy Irons, Kelly Slater, Taj Burrow. Realizadas três etapas do Circuito Mundial de surfe profissional deste ano, os três atletas que, ao longo da temporada de 2003 rivalizaram pela disputa do título, voltam a protagonizar a corrida pela ponta do ranking.
A diferença em relação ao ano passado é que, até agora, nenhum venceu ainda, evidenciando, por um lado, que existem outros atletas aptos a ingressar nesse bloco dianteiro ao longo da temporada e, por outro, que os três, mesmo quando não vencem, mantêm uma regularidade incrível.
A terceira etapa do WCT terminou no último sábado, em Teahupoo, no Taiti. Não foi com as ondas pesadas e temidas que todos esperavam, mas não faltaram os tubos e a emoção. Começou num mar de cinco pés e na final as ondas passavam dos oito pés.
Famosa por triturar os menos preparados, a onda de Teahupoo pegou leve desta vez. O único incidente do Billabong Pro foi na final. Em sua segunda onda o australiano Nathan Edge se chocou com a parede da onda na saída do tubo, deslocou o ombro e precisou de resgate dos jet-skis.
O acidente facilitou a vida de C. J. Hobgood, que havia derrotado Kelly Slater, até então o favorito da prova na semifinal, e fez por merecer, finalmente, o título, em sua terceira final em seis edições do WCT de Teahupoo.
Entre os brasileiros, destaque para a volta de Neco Padaratz, ausente desde o acidente e conseqüente trauma na prova em 2000. Mas ele, assim como a maioria dos brasileiros, ficou em último na prova. Guilherme Herdy e Paulo Moura, que passaram em baterias cujos rivais eram brasileiros, ficaram em 17º. Peterson Rosa foi melhor: ficou em nono, eliminado por Slater, que em poucos minutos de bateria das oitavas-de-final somava 17 pontos em 20 possíveis.
Se a competição não foi o espetáculo esperado, a transmissão em tempo real pela internet (www.billabongpro.com) superou as melhores expectativas. Pela primeira vez transmitida em banda larga e com locução em quatro línguas, a cobertura mostrou, de vários ângulos, todas as ondas decisivas do Billabong Pro.
Foram dez horas diárias de transmissão nos três últimos dias, com direito a replay dos melhores momentos em câmera lenta nos intervalos, entrevistas com os surfistas ainda no canal após cada bateria, trilha sonora bem colocada com as imagens e um grande trabalho de Roberto Perdigão na locução em português. Esse trabalho foi inaugurado em Teahupoo em 2003 e evoluiu muito em um ano. Pela audiência e retorno de e-mails elogiosos registrados, é provável que fique ainda melhor e mais abrangente nos próximos.
 
Ainda sobre Teahupoo, no dia 22 de abril, o local Ramana Van Bastolaer, 30, entubou no que tem sido comentado como o maior e mais espesso tubo já surfado lá. Laird Hamilton, que detém o título da "onda do século" surfada lá mesmo em Teahupoo, e presente na sessão, criticou o incentivo financeiro que vem sendo dado ao surfe de ondas grandes.

Desafio júnior
Só para convidados de até 20 anos, em novo formato organizado pela Abrasp e patrocinado pela Oakley, o desafio irá reunir 16 surfistas nas melhores ondas do Rio entre os dias 26 e 30.

Ciclismo Raam
A equipe Extra Distance (quatro atletas) representará o Brasil na prova que percorre os 4.800 km que separam San Diego e Atlantic City, nos EUA, e que começa no dia 20 de junho.

Neve em Curitiba
Nos dias 5 e 6 de junho, numa pista de neve artificial montada na Pedreira Paulo Leminski, acontece o Snow-Ski Pass, evento que irá reunir atletas brasileiros e sul-americanos de ski e snowboard.

E-mail sarli@trip.com.br


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