São Paulo, domingo, 20 de setembro de 2009

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Olimpíada bate Copa em números e detalhes

Para organizar os Jogos, é preciso seguir 28 manuais técnicos, contra só um da Fifa, e gerir 32 esportes em apenas duas semanas

MARIANA LAJOLO
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Fabiana Murer estava pronta para buscar sua primeira medalha quando sentiu falta de uma de suas varas. Procurou por todos os cantos do Estádio Olímpico de Pequim, desesperou-se. Não teve condições de continuar na competição.
Na mais grandiosa Olimpíada da história, um pequeno erro colocou fim à esperança brasileira no salto com vara.
Para muitos, um detalhe. Para o Brasil, uma falha grave. Nuances que demonstram o grau de complexidade da organização dos Jogos Olímpicos.
Em 2014, o Brasil irá se aventurar como sede de uma Copa. Em 2016, espera ter também a chance de abrigar a Olimpíada.
Experiências muito diferentes quando são levados em conta os detalhes envolvidos na organização dos dois principais eventos esportivos do mundo.
Após visita ao Brasil, a Fifa, entidade que comanda o futebol mundial, produziu um documento de 54 páginas em que avaliou as condições de o país receber a Copa de 2014. Só os brasileiros eram candidatos.
Nos dois processos de avaliação aos quais já foi submetido, o Rio acumula mais de 200 páginas de análises do Comitê Olímpico Internacional. A capital fluminense disputa o direito de abrigar os Jogos-16 contra Tóquio (Japão), Madri (Espanha) e Chicago (EUA), que também passaram pelo processo de avaliação do COI.
As diferenças entre as competições já saltam aos olhos no número de modalidades envolvidas. São 32 esportes nos Jogos e apenas o futebol na Copa.
Cada sede e prova olímpica estão submetidas às federações internacionais de seus esportes, que dão determinações técnicas para construções, campos, quadras, tatames etc.
É preciso saber construir de uma pista de atletismo a um obstáculo de salto para cavalo, de um estande de tiro a uma quadra de badminton.
Os estádios da Copa respeitam especificações só da Fifa.
"Em uma Olimpíada, o atleta tem de ter a confiança de que seu material estará lá, de que não terá problemas, e apenas competir. A organização não pode falhar nos detalhes", afirma Fabiana Murer.


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