São Paulo, domingo, 20 de setembro de 2009

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Rio-16 tem plano mais detalhado que Copa-14

Exigências para Olimpíada incluem de direção do vento a doenças de cavalos

Dossiê para os Jogos-16 traz previsão de gastos para cada sede olímpica, enquanto Mundial não tem orçamento de todos os seus estádios

DA REPORTAGEM LOCAL

O Rio de Janeiro ainda disputa o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Mas já tem planos bem mais completos do que os da Copa de 2014.
Explica-se: o manual "2016 - Candidatura, Procedimentos e Questionário", dado pelo Comitê Olímpico Internacional às cidades candidatas, soma 257 páginas. O "Acordo para Candidatura" à Copa-2014, da Fifa, tinha apenas 90 páginas.
A maior parte dos requerimentos da entidade que comanda o futebol mundial se concentra em detalhes de infraestrutura do país -afinal, o evento acontece em 12 cidades.
O COI vai além de se preocupar com a parte estrutural da sede. A entidade exige especificações técnicas sobre cada palco esportivo. Uma Olimpíada engloba 32 modalidades.
O documento do comitê, por exemplo, solicita até as medidas de direção e força do vento em determinados horários. É que nove modalidades, como arco e flecha e vela, são bastante afetados por esses dados.
A Fifa pede apenas temperatura e nível de chuva médios nas épocas das competições. Dados básicos para o COI.
Mas há exigências maiores, como o nível de qualidade do ar, para respeitar o padrão da Organização Mundial da Saúde. A poluição afeta corredores da maratona e ciclistas de provas longas. Para a Olimpíada de 2008, em Pequim, que ostenta altos índices de poluição, esse item foi minimizado.
O hipismo é outro esporte que gera obrigações específicas aos candidatos aos Jogos Olímpicos. Os países precisam listar quais doenças infecciosas atingiram suas populações equinas nos últimos cinco anos.
Na relação de gastos com o evento, as quatro candidatas a 2016 (Rio, Madri, Tóquio e Chicago) tiveram de apresentar orçamentos detalhados com a previsão de custos para as construções de cada sede esportiva, da Vila Olímpica e do centro de imprensa, entre outros.
Dois anos após o Brasil ter sido escolhido para receber a Copa-2014, ainda não há um orçamento para todos os 12 estádios que devem sediar o evento. Não está definido, por exemplo, o valor da reforma do Mineirão.
Essa necessidade de dinheiro leva o COI a exigir uma participação estatal mais efetiva do que a Fifa. O comitê organizador da Olimpíada sempre tem membros dos governos municipal e federal, que garantem a cobertura de déficits.
A CBF excluiu a União de seu comitê organizador. Cuidará só de verbas dadas pela Fifa, sem participar da gestão de verba pública, para infraestrutura e estádios. Mas, no Brasil, o governo terá de despender mais recursos para erguer arenas do que a Alemanha na Copa-06.
(MARIANA LAJOLO E RODRIGO MATTOS)


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