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Rio-16 tem plano mais detalhado que Copa-14
Exigências para Olimpíada incluem de direção do vento a doenças de cavalos
Dossiê para os Jogos-16 traz previsão de gastos para cada sede olímpica, enquanto Mundial não tem orçamento de todos os seus estádios
DA REPORTAGEM LOCAL
O Rio de Janeiro ainda disputa o direito de sediar os Jogos
Olímpicos de 2016. Mas já tem
planos bem mais completos do
que os da Copa de 2014.
Explica-se: o manual "2016 -
Candidatura, Procedimentos e
Questionário", dado pelo Comitê Olímpico Internacional às
cidades candidatas, soma 257
páginas. O "Acordo para Candidatura" à Copa-2014, da Fifa,
tinha apenas 90 páginas.
A maior parte dos requerimentos da entidade que comanda o futebol mundial se
concentra em detalhes de infraestrutura do país -afinal, o
evento acontece em 12 cidades.
O COI vai além de se preocupar com a parte estrutural da
sede. A entidade exige especificações técnicas sobre cada palco esportivo. Uma Olimpíada
engloba 32 modalidades.
O documento do comitê, por
exemplo, solicita até as medidas de direção e força do vento
em determinados horários. É
que nove modalidades, como
arco e flecha e vela, são bastante afetados por esses dados.
A Fifa pede apenas temperatura e nível de chuva médios
nas épocas das competições.
Dados básicos para o COI.
Mas há exigências maiores,
como o nível de qualidade do
ar, para respeitar o padrão da
Organização Mundial da Saúde. A poluição afeta corredores
da maratona e ciclistas de provas longas. Para a Olimpíada de
2008, em Pequim, que ostenta
altos índices de poluição, esse
item foi minimizado.
O hipismo é outro esporte
que gera obrigações específicas
aos candidatos aos Jogos Olímpicos. Os países precisam listar
quais doenças infecciosas atingiram suas populações equinas
nos últimos cinco anos.
Na relação de gastos com o
evento, as quatro candidatas a
2016 (Rio, Madri, Tóquio e Chicago) tiveram de apresentar orçamentos detalhados com a
previsão de custos para as construções de cada sede esportiva,
da Vila Olímpica e do centro de
imprensa, entre outros.
Dois anos após o Brasil ter sido escolhido para receber a Copa-2014, ainda não há um orçamento para todos os 12 estádios
que devem sediar o evento. Não
está definido, por exemplo, o
valor da reforma do Mineirão.
Essa necessidade de dinheiro
leva o COI a exigir uma participação estatal mais efetiva do
que a Fifa. O comitê organizador da Olimpíada sempre tem
membros dos governos municipal e federal, que garantem a
cobertura de déficits.
A CBF excluiu a União de seu
comitê organizador. Cuidará só
de verbas dadas pela Fifa, sem
participar da gestão de verba
pública, para infraestrutura e
estádios. Mas, no Brasil, o governo terá de despender mais
recursos para erguer arenas do
que a Alemanha na Copa-06.
(MARIANA LAJOLO E RODRIGO MATTOS)
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