São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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FUTEBOL

Time de Parreira enfrenta a Ponte Preta hoje, no Pacaembu, tentando justificar a liderança por pontos perdidos

Corinthians busca gol 100 e fim do saldo 0

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
O atacante Guilherme, que não terá a companhia de Gil contra a Ponte Preta, treina para ajudar o Corinthians a melhorar seu saldo


LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Boa campanha, líder do Campeonato Brasileiro por pontos perdidos e um saldo de gols... igual a zero. Há algo de esquisito nessa estatística do Corinthians, que enfrenta hoje a Ponte Preta, no Pacaembu, às 16h, em uma partida de desafios.
São eles: melhorar o número de gols feitos (tem 26, em 17 jogos), chegar à marca do gol cem no ano (tem 99, em 57), tentar estacionar o número de gols tomados e assim, com um saldo positivo, justificar sua presença entre os aspirantes à classificação para as quartas-de-final do torneio.
"Não acho que o problema esteja em o ataque marcar pouco e a defesa tomar muitos gols", afirmou Carlos Alberto Parreira, o técnico corintiano.
"O problema é que o equilíbrio no número de gols pró e contra vieram porque tomamos muitos gols nas derrotas. Nos jogos que perdemos, a coisa desandou muito", afirmou o treinador, se referindo aos 14 gols sofridos pelo Corinthians nas quatro derrotas do Brasileiro -São Caetano (três), Atlético-PR (três), Grêmio (quatro) e Santos (quatro). Foram nove vitórias corintianas.
Entretanto, à luz dos treinamentos para o jogo desta tarde, Parreira tenta exatamente na marcação o caminho para o Corinthians marcar seus gols. A palavra mais usada pelo técnico tetracampeão mundial para orientar seus jogadores durante a semana que passou foi "aperta".
"Aperta, Vampeta", "aperta, Fabinho", "aperta, Renato".
O treinador aproveitou os sete dias de folga na competição para preparar um Corinthians "mordedor" para o confronto de hoje. E principalmente para as outras sete partidas que seu time ainda terá para lutar por uma boa colocação no Brasileiro-2002.
O Corinthians ocupa a quinta colocação no torneio, com 31 pontos, mas com uma partida a menos do que todos os times tabela acima, incluindo o São Paulo, que é o líder com 34 pontos.
"Não é que o fundamento esteja ruim, mas a pegada do time é um aspecto a ser melhorado", afirmou Parreira, após o coletivo de sexta no Parque São Jorge.
"Uma boa pegada e uma saída de jogo mais rápida, para um ataque da qualidade do nosso, é a combinação ideal para criar mais oportunidades de gols", concluiu Parreira, que deve, sim, mudar o perfil do Corinthians hoje, por causa da ausência do atacante Gil, suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo.
Com a entrada do também atacante Leandro, que irá priorizar, diante da Ponte Preta, a marcação no meio-campo, o esquema de jogo deve passar a ser o 3-5-2, em vez do móvel 4-3-3/3-4-3, o da preferência do técnico.
"É claro que sentiremos falta do Gil, que é um jogador diferenciado", afirmou o atacante Deivid, artilheiro do Corinthians no Brasileiro (seis gols). "Mas a entrada do Leandro, que ajuda bastante na marcação, vai deixar tanto eu quanto o Guilherme um pouco mais liberados", comemorou.
O jogo desta tarde contra o time de Campinas pode levar o Corinthians à marca de cem gols em 2002. Contando os cinco amistosos disputados no ano, a equipe do Parque São Jorge balançou as redes adversárias 99 vezes nos 57 jogos que realizou.
"O centésimo gol é um atrativo a mais para a gente. Não tem como negar que eu gostaria de marcá-lo. Mas se ele vier e a vitória não, nada adiantará", falou o atacante Guilherme, um dos artilheiros do Corinthians, com cinco gols, um a menos que Deivid.
Um dos reflexos da atual performance mediana do Corinthians no ataque (tanto quanto na defesa) é a constatação de que o time precisou de 22 jogos no ano para fazer 50 gols. Já nos 49 restantes, levou 35 partidas.



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