MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de seis anos, duas equipes do interior voltam a disputar o título do Paulista feminino de basquete. Hoje, às 15h, o Unimed/ Ourinhos recebe o Unimed/Americana na abertura da série final, uma melhor de cinco jogos.
A última final entre dois times caipiras foi em 1996, quando o Microcamp/Campinas, comandado por Paula (hoje aposentada), superou o Seara/Americana.
Desde então, os times da Grande SP, ofuscados pelos do interior nos anos 80, conquistaram três dos cinco títulos em disputa.
No Paulista de 1998, o BCN/Osasco derrotou o Arcor/Santo André na primeira decisão sem um time interiorano desde 1975.
As equipes que decidem o título deste ano, Americana e Ourinhos, são as de melhor campanha no torneio e também as vencedoras das duas últimas edições.
A primeira, defensora do título, terminou a fase de classificação invicta, com duas vitórias, inclusive, sobre o Ourinhos, campeão duas temporadas atrás.
Apesar do retrospecto -apenas uma derrota na competição, para o Santa Maria/São Caetano, na fase semifinal-, o técnico do time de Americana, Paulo Bassul, diz não ter o favoritismo.
"Não é possível comparar [com a fase inicial". A principal diferença é que nós perdemos a Helen, enquanto eles se reforçaram com a Janeth. Hoje eles estão mais inteiros", afirma Bassul.
O treinador refere-se às mudanças ocorridas entre o fim da primeira fase, disputada no primeiro semestre, e os mata-matas, que apenas tiveram início neste mês.
Embora somente seis equipes tenham participado da divisão de elite -o menor número desde 1994-, o Paulista foi "dividido" em dois a fim de não atrapalhar a preparação da seleção para o Mundial da China, em setembro.
Justamente durante o Mundial, no qual o Brasil foi sétimo colocado, a armadora Helen sofreu a lesão na panturrilha direita da qual ainda se recupera. Com o desfalque, Bassul optou, na fase semifinal, por deslocar Silvinha (irmã de Helen) da ala para a armação e colocar Vanessa em seu lugar.
"Jogar quatro vezes contra o São Caetano [na fase anterior" teve um lado positivo: ajustamos a equipe às mudanças", diz Bassul.
O time de Ourinhos também perdeu uma titular, a pivô Kelly, que havia sido a cestinha e melhor reboteira da equipe na primeira fase e que acertou contrato para atuar na França. Porém conseguiu um acordo-tampão para os mata-matas com a ala Janeth, melhor atleta do país em atividade e que não atuava por um clube brasileiro desde maio de 2001.
Com a nova formação, o time comandado por Edson Ferreto eliminou na semifinal o Corinthians/Santo André por 3 a 0, com vantagem média de 17,7 pontos por jogo. Nos confrontos pela fase inicial, vencera duas vezes com três pontos, em média, a mais.
"É uma equipe jovem e que está motivada para a decisão. Tento ajudar as mais novas passando confiança. E, para mim, é importante porque não ganho o Paulista desde 1995", analisa Janeth, que tenta conquistar também o seu primeiro título nesta temporada.