São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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VÔLEI

Além das quadras, complexo que está sendo construído na praia de Saquarema, no Rio, terá restaurante, hotel e sauna

Com atraso, CBV inaugura CT só em 2003

SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A SAQUAREMA

A dificuldade dos dirigentes da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) de se livrarem da burocracia exigida pelo governo federal para a liberação das verbas públicas atrasou a construção do primeiro centro de treinamento da modalidade no mundo.
Previsto para ser inaugurado em abril deste ano, o CT da entidade só deverá ser aberto, parcialmente, em janeiro de 2003.
O centro de treinamento fica em um cenário paradisíaco. Os atletas poderão treinar de frente para o mar de Saquarema (a 100 km do Rio de Janeiro), um dos pontos favoritos dos surfistas brasileiros.
Localizado entre a lagoa da cidade e a praia, o CT, que fica em uma área de 105 mil metros quadrados, ainda conta com um lago.
""Tivemos problemas para conseguir a liberação das verbas. Por isso, todo o cronograma de obras atrasou. Agora, já conseguimos nos acertar, e tudo estará pronto até julho", disse o coordenador do projeto de construção do CT, o engenheiro Alberto Gurgel.
Pelo acordo celebrado no ano passado com a Prefeitura de Saquarema e com o Ministério do Esporte e Turismo, a entidade que comanda o vôlei no país ganhou o terreno e parte da construção do centro de treinamento.
A prefeitura cedeu à CBV o prédio de um antigo clube que funcionava no local. O ministério se comprometeu a pagar pela reforma do prédio e pela construção de novas edificações, em um total de cerca de R$ 3,6 milhões.
O atraso ocorreu por causa do novo modelo adotado pelo ministério para repassar as verbas.
Para conseguir o dinheiro, a CBV tem que preencher uma série de exigências da CEF (Caixa Econômica Federal), atual responsável pela liberação do dinheiro e por fiscalizar as obras.
""Eles tiveram muitas dificuldades no início para se acertar com as normas da Caixa. Mesmo assim, é melhor a obra atrasar para que haja transparência do que o governo desperdiçar seu dinheiro", disse o secretário nacional do Esporte, o iatista Lars Grael.
Há cerca de um ano, o ministério abriu mão de enviar o dinheiro diretamente para as entidades beneficiadas por causa da impossibilidade de ""acompanhar o andamento de todas as obras".
""Nós liberamos verba para cerca de mil obras e não tínhamos como controlar isso tudo. Por isso, repassamos a tarefa para a Caixa, que tem engenheiros que controlam a liberação do dinheiro, de acordo com o andamento da obra", acrescentou Grael.
Por causa da demora, a seleção brasileira, campeã mundial na Argentina há uma semana, não pôde treinar neste ano no local, como havia sido anunciado pelo presidente da CBV, Ary da Graça, em setembro de 2001, durante a solenidade de posse do terreno.
Para tentar recuperar o tempo perdido, cerca de cem funcionários trabalham de segunda a sábado no local. Um complexo de quadras e um ""hotel" para os atletas deverão ser os primeiros a estar prontos, no início de janeiro. A segunda parte da obra prevê um restaurante, saunas e alojamento para as divisões de base.
Até agora, a CBV já recebeu R$ 1,2 milhão para erguer o CT.



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