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TÊNIS
Par de vasos
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Abro a Folha e leio sobre a
melhor dupla feminina da
atualidade, a argentina Paola
Suarez e a espanhola Virginia
Pascual Ruano. Converso com
amigos e ouço sobre mais um título de duplas de André Sá, agora
com Bruno Soares, em challenger
nos EUA. Recebo notícias da ATP
e leio que os zimbabuanos Wayne
Black e Kevin Ullyett garantiram
vaga no Masters de duplas.
Só se fala em duplas, é?
Secundárias, as chaves de duplas sobrevivem graças à (boa)
ação dos patrocinadores dos torneios. Para os melhores tenistas,
servem só para treinar (e quando
convém). Para a legião de desconhecidos, é uma (boa) chance de
ganhar um (bom) dinheiro, viajar pelo mundo e ser chamado
"tenista profissional".
O torcedor vê graça nas duplas
quando acompanha a Copa Davis. É sempre um jogo decisivo. É
quando o torcedor, fã de futebol,
percebe trabalho de equipe no tênis. Quando tem chance de ver,
gosta das duplas mesmo fora da
Davis. É um jogo rápido, agressivo, tem personagens bacanas, como os zimbabuanos, tem indiano
com bielo-russo e até brasileiro
com argentino. No feminino, tem
uma tentando deixar a marca da
bola na perna da outra (sim, as
boladas são um show à parte).
E, se o assunto é dupla, impossível deixar de falar dos irmãos Bob
e Mike Bryan. Gêmeos idênticos,
esses californianos de 26 anos são
o maior barato.
Filhos de um casal viciado em
tênis (pai professor, mãe ex-tenista), Bob e Mike cresceram embalados pela competição entre irmãos. Assim seria pela vida toda
(e provavelmente no anonimato),
não fosse a preocupação do pai
em riscar a rivalidade da vida dos
meninos. Aprenderam que, juntos, poderiam ganhar sem que
um deles saísse triste da quadra.
Em vez de Jim Courier, Andre
Agassi, tiveram como inspiração
os irmãos Tom e Tim Gullikson.
Assistir a um jogo dos Bryan é
diversão pura. Em quadra, têm o
mesmo ritmo e intensidade. Ao
receber um saque, dão os tradicionais três pulinhos, mesmo
aquele que NÃO está recebendo.
Ao caminhar para o banco, nos
intervalos, andam no mesmo passo. Ajeitam as cordas da raquete
do mesmo modo. E levantam-se
do banco ao mesmíssimo tempo.
Com uniforme igual e raquetes
idênticas, é impossível distinguir
um do outro (quando falou com
um deles, no Masters Series de
Roma, em maio, esta coluna vergonhosamente omitia o nome do
tenista entrevistado, para não
dar fora -e só descobriu que era
Mike quando ele chamou Bob).
Bem, Bob é canhoto, e Mike,
destro. Mas, tão logo o ponto termina (e eles terminam rápido),
trocam as raquetes de mão. Confusão. É, Bob joga na direita, e
Mike, na esquerda. Mas em quadra lenta; senão, geralmente é o
contrário. Mais confusão.
Fora das quadras, eles vestem-se de maneira parecida, dividem
o mesmo quarto e o mesmo Mercedes Benz. Só quando tocam
juntos é possível diferenciá-los.
Bob toca teclado, e Mike, bateria.
Com o pai, Wayne, na guitarra,
formam a Bryan Brothers Band.
No palco ou em quadra, esses meninos são um show à parte.
Por toda a América Latina
Lembra da Copa Ericsson? Agora com o nome Copa Petrobras, ela
volta a ser disputada. Começa no dia 8 de novembro, em Buenos Aires (Argentina). Depois passa por por Santa Cruz (Bolívia), Bogotá
(Colômbia), Aracaju e Guadalajara (México).
Em Mato Grosso do Sul
Joana Cortez venceu o Future de Campo Grande. Derrotou na final a
uruguaia Estefania Craciun. Nesta semana, é a vez de os meninos disputarem o Future de Campo Grande no Rádio Clube de Campo.
No Centro-Oeste
Goiânia recebe nesta semana o Ourocard Tennis Future. Vai até sábado nas quadras de saibro do Country Clube de Goiás.
E-mail reandaku@uol.com.br
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