São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

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TÊNIS

Par de vasos

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Abro a Folha e leio sobre a melhor dupla feminina da atualidade, a argentina Paola Suarez e a espanhola Virginia Pascual Ruano. Converso com amigos e ouço sobre mais um título de duplas de André Sá, agora com Bruno Soares, em challenger nos EUA. Recebo notícias da ATP e leio que os zimbabuanos Wayne Black e Kevin Ullyett garantiram vaga no Masters de duplas.
Só se fala em duplas, é?
Secundárias, as chaves de duplas sobrevivem graças à (boa) ação dos patrocinadores dos torneios. Para os melhores tenistas, servem só para treinar (e quando convém). Para a legião de desconhecidos, é uma (boa) chance de ganhar um (bom) dinheiro, viajar pelo mundo e ser chamado "tenista profissional".
O torcedor vê graça nas duplas quando acompanha a Copa Davis. É sempre um jogo decisivo. É quando o torcedor, fã de futebol, percebe trabalho de equipe no tênis. Quando tem chance de ver, gosta das duplas mesmo fora da Davis. É um jogo rápido, agressivo, tem personagens bacanas, como os zimbabuanos, tem indiano com bielo-russo e até brasileiro com argentino. No feminino, tem uma tentando deixar a marca da bola na perna da outra (sim, as boladas são um show à parte).
E, se o assunto é dupla, impossível deixar de falar dos irmãos Bob e Mike Bryan. Gêmeos idênticos, esses californianos de 26 anos são o maior barato.
Filhos de um casal viciado em tênis (pai professor, mãe ex-tenista), Bob e Mike cresceram embalados pela competição entre irmãos. Assim seria pela vida toda (e provavelmente no anonimato), não fosse a preocupação do pai em riscar a rivalidade da vida dos meninos. Aprenderam que, juntos, poderiam ganhar sem que um deles saísse triste da quadra. Em vez de Jim Courier, Andre Agassi, tiveram como inspiração os irmãos Tom e Tim Gullikson.
Assistir a um jogo dos Bryan é diversão pura. Em quadra, têm o mesmo ritmo e intensidade. Ao receber um saque, dão os tradicionais três pulinhos, mesmo aquele que NÃO está recebendo.
Ao caminhar para o banco, nos intervalos, andam no mesmo passo. Ajeitam as cordas da raquete do mesmo modo. E levantam-se do banco ao mesmíssimo tempo.
Com uniforme igual e raquetes idênticas, é impossível distinguir um do outro (quando falou com um deles, no Masters Series de Roma, em maio, esta coluna vergonhosamente omitia o nome do tenista entrevistado, para não dar fora -e só descobriu que era Mike quando ele chamou Bob).
Bem, Bob é canhoto, e Mike, destro. Mas, tão logo o ponto termina (e eles terminam rápido), trocam as raquetes de mão. Confusão. É, Bob joga na direita, e Mike, na esquerda. Mas em quadra lenta; senão, geralmente é o contrário. Mais confusão.
Fora das quadras, eles vestem-se de maneira parecida, dividem o mesmo quarto e o mesmo Mercedes Benz. Só quando tocam juntos é possível diferenciá-los. Bob toca teclado, e Mike, bateria. Com o pai, Wayne, na guitarra, formam a Bryan Brothers Band. No palco ou em quadra, esses meninos são um show à parte.

Por toda a América Latina
Lembra da Copa Ericsson? Agora com o nome Copa Petrobras, ela volta a ser disputada. Começa no dia 8 de novembro, em Buenos Aires (Argentina). Depois passa por por Santa Cruz (Bolívia), Bogotá (Colômbia), Aracaju e Guadalajara (México).

Em Mato Grosso do Sul
Joana Cortez venceu o Future de Campo Grande. Derrotou na final a uruguaia Estefania Craciun. Nesta semana, é a vez de os meninos disputarem o Future de Campo Grande no Rádio Clube de Campo.

No Centro-Oeste
Goiânia recebe nesta semana o Ourocard Tennis Future. Vai até sábado nas quadras de saibro do Country Clube de Goiás.

E-mail reandaku@uol.com.br


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