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Massa respira, mas vê título da F-1 mais distante
Com 2º lugar no GP da China, ferrarista fica a 7 pontos de Hamilton e decide Mundial no Brasil, dia 2 de novembro
"Agora é ir para o tudo ou nada", afirma brasileiro, que pode tornar-se o segundo piloto da história a ganhar
o campeonato em casa
DA ENVIADA A XANGAI
A expressão de Felipe Massa
após deixar o seu cockpit ontem, em Xangai, não deixava
dúvida. Apesar de se manter na
disputa pelo título da F-1, não
havia conseguido diminuir a
distância para Lewis Hamilton
na classificação do Mundial.
Pior que isso, ainda viu o piloto inglês vencer o GP da China, penúltima etapa desta temporada, e aumentar sua vantagem de cinco para sete pontos.
Em um final de semana em
que os carros da Ferrari não
renderam o esperado, Massa
teve de se contentar com o segundo lugar obtido graças à
ajuda de seu colega de equipe,
Kimi Raikkonen, que lhe cedeu
a posição quando faltavam sete
voltas para o final -o finlandês
terminou em terceiro lugar.
Com o resultado, a definição
do título ficou, pelo quarto ano
seguido, para o GP Brasil, no
próximo dia 2, em Interlagos.
Será a primeira vez que um
brasileiro poderá se sagrar
campeão diante de sua torcida.
Caso ocorra, será a segunda vez
na história da categoria que um
piloto ganha o título em casa.
A única vez que isso aconteceu foi no Mundial de estréia da
F-1, em 1950, quando Giuseppe
Farina, da Alfa Romeo, ganhou
o GP da Itália, e levou o título.
"Agora não tenho muito o
que fazer. É levantar a cabeça e
ir para o tudo ou nada. Mas já
me sinto muito orgulhoso só de
chegar em casa lutando para
ser campeão", afirmou Massa.
"Não adianta ficar pensando
no que vai acontecer com os
outros porque isso não depende só de mim. Tenho que entrar
para ganhar e ver o que acontece depois", falou ele, que venceu em Interlagos há dois anos
e só não ganhou de novo em
2007 porque deu passagem a
Raikkonen, que precisava da vitória para ganhar o Mundial.
"Sabemos que quem está em
casa joga melhor. Vou tentar
aproveitar esta oportunidade
que eu tenho e lutar até o fim."
A situação do brasileiro, porém, não é das mais confortáveis. Em casa, ele tem, por
exemplo, de vencer e torcer para que Hamilton chegue no máximo na sexta colocação. Neste
cenário, os dois terminariam o
campeonato com 97 pontos,
mas Massa ficaria com o título
por ter uma vitória a mais (seis
contra cinco, contando com um
eventual triunfo no Brasil.)
Em 2007, foi justamente
com essa mesma vantagem de
sete pontos que Hamilton chegou ao GP Brasil. Seu concorrente, porém, era Raikkonen
-Fernando Alonso, seu então
colega na McLaren, estava entre eles, quatro pontos a menos
que Hamilton. E, apesar de a
combinação de resultados para
fazer o finlandês campeão ser a
mais improvável, Raikkonen
saiu de São Paulo com o troféu.
"Agora é como final de Copa.
O jogo acabou empatado, o adversário acertou os dois primeiros pênaltis e você errou os
dois", comparou Massa.
"Tenho que ir para o último
chute esperando que ele erre e
eu acerte", completou, mais
empolgado do que quando estacionou sua Ferrari debaixo
do pódio. "Mas isso já aconteceu em Copa e na F-1. Agora é
rezar pra Taffarel, Dunga, Romário, quem quer que seja."
(TATIANA CUNHA)
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