São Paulo, sexta, 20 de novembro de 1998

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JUCA KFOURI
Zico e o Vasco

Chega às raias do ridículo criticar Zico porque ele foi visitar a delegação do Vasco em Tóquio e desejar sorte ao time na decisão do Mundial diante do Real Madrid.
Uma coisa é o torcedor do Flamengo rezar para que Sávio seja mais uma vez o carrasco dos cruzmaltinos -não só pela rivalidade histórica que os separa como para que o Vasco não repita a façanha rubro-negra de 1981, também em Tóquio, único clube carioca campeão do mundo.
Torcedor é torcedor e dele não se deve esperar atitudes racionais.
Outra completamente diferente deve ser a postura de Zico, um símbolo do futebol brasileiro.
Criticar Zico pelo gesto é mais ou menos como torcer contra o Vasco por causa de Eurico Miranda.
Se, de fato, a terrível imagem do cartola se confunde com a do clube de São Januário, nem a torcida nem o time do Vasco têm culpa disso, razão pela qual querer ver a equipe no alto do pódio é apenas torcer por mais uma conquista internacional de nosso futebol, o sétimo título do Mundial interclubes de um clube brasileiro, motivo para festa e não para dor- de-cotovelo fora de hora.

Mais ou menos é o mesmo fenômeno que levou alguns leitores a não entender como se deu aqui destaque às declarações do mesmo Eurico Miranda à revista "Isto É", já que na mesma entrevista ele desanca este colunista.
Ora, são coisas diferentes.
Uma é a gravidade do que ele aponta na gestão do futebol brasileiro. Outra é a sua opinião pessoal sobre quem quer que seja.
No dia em que gente como ele elogiar o colunista, aí sim, este e você, leitor, terão motivos para se preocupar.

Se Marcelinho já era carta fora do baralho da seleção de Wanderley Luxemburgo, a atuação de Amoroso diante do terceiro time russo serviu para confirmar uma impressão que o técnico já tinha fazia tempo: o atacante da Udinese é muito mais jogador que o ídolo corintiano.

É sabido que um dos amistosos da seleção no ano que vem será disputado contra o Barcelona, na comemoração do centenário do glorioso clube catalão, jogo marcado antes de Luxemburgo assumir seu cargo na CBF.
O que não se sabe é que este será o primeiro e último jogo da seleção contra clubes na gestão do treinador, que discorda de partidas desse tipo.



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