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JUCA KFOURI
Zico e o Vasco
Chega às raias do ridículo
criticar Zico porque ele foi visitar a delegação do Vasco em
Tóquio e desejar sorte ao time
na decisão do Mundial diante
do Real Madrid.
Uma coisa é o torcedor do
Flamengo rezar para que Sávio seja mais uma vez o carrasco dos cruzmaltinos -não só
pela rivalidade histórica que
os separa como para que o
Vasco não repita a façanha rubro-negra de 1981, também em
Tóquio, único clube carioca
campeão do mundo.
Torcedor é torcedor e dele
não se deve esperar atitudes
racionais.
Outra completamente diferente deve ser a postura de Zico, um símbolo do futebol brasileiro.
Criticar Zico pelo gesto é
mais ou menos como torcer
contra o Vasco por causa de
Eurico Miranda.
Se, de fato, a terrível imagem
do cartola se confunde com a
do clube de São Januário, nem
a torcida nem o time do Vasco
têm culpa disso, razão pela
qual querer ver a equipe no alto do pódio é apenas torcer por
mais uma conquista internacional de nosso futebol, o sétimo título do Mundial interclubes de um clube brasileiro, motivo para festa e não para dor-
de-cotovelo fora de hora.
Mais ou menos é o mesmo fenômeno que levou alguns leitores a não entender como se
deu aqui destaque às declarações do mesmo Eurico Miranda à revista "Isto É", já que na
mesma entrevista ele desanca
este colunista.
Ora, são coisas diferentes.
Uma é a gravidade do que
ele aponta na gestão do futebol brasileiro. Outra é a sua
opinião pessoal sobre quem
quer que seja.
No dia em que gente como
ele elogiar o colunista, aí sim,
este e você, leitor, terão motivos para se preocupar.
Se Marcelinho já era carta
fora do baralho da seleção de
Wanderley Luxemburgo, a
atuação de Amoroso diante do
terceiro time russo serviu para
confirmar uma impressão que
o técnico já tinha fazia tempo:
o atacante da Udinese é muito
mais jogador que o ídolo corintiano.
É sabido que um dos amistosos da seleção no ano que vem
será disputado contra o Barcelona, na comemoração do centenário do glorioso clube catalão, jogo marcado antes de Luxemburgo assumir seu cargo
na CBF.
O que não se sabe é que este
será o primeiro e último jogo
da seleção contra clubes na
gestão do treinador, que discorda de partidas desse tipo.
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