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No final, sub-20 é tetra e dá tríplice coroa ao Brasil
Vitória sobre a Espanha faz do país o 1º a ostentar ao mesmo tempo três Mundiais em categorias diferentes
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um gol aos 42min do segundo tempo, o Brasil voltou ao
topo do Mundial sub-20 após dez
anos em que viu a arqui-rival Argentina crescer e lhe roubar a hegemonia da categoria.
Na decisão de ontem, no estádio
Zayed, em Abu Dhabi (Emirados
Árabes Unidos), a seleção brasileira derrotou a Espanha por 1 a 0
e, ao mesmo tempo em que conquistou o título pela quarta vez e
igualou a marca dos argentinos
em número de conquistas, entrou
para a história ao se tornar a primeira a ostentar simultaneamente títulos mundiais nas três principais categorias do futebol.
O Brasil, agora, é o atual campeão adulto, sub-20 e sub-17.
Esta foi a oitava vez que um país
sul-americano foi campeão mundial sub-20. Agora, a vantagem da
América do Sul é de dois títulos
-a Europa venceu seis vezes.
Outro feito, mas de caráter individual, foi alcançado. Marcos Paquetá é o primeiro técnico a vencer num mesmo ano dois Mundiais em categorias diferentes
-ele foi o treinador do Brasil na
campanha vitoriosa da sub-17.
"Nós estamos muito felizes por
tudo o que conseguimos, mas esta
não foi nossa melhor partida no
torneio", declarou Paquetá.
A despeito do desfecho feliz, o
Brasil começou o torneio com desempenho abaixo do esperado.
Na primeira fase, estreou com
vitória sobre o Canadá (2 a 0), empatou com a República Tcheca (1
a 1) e perdeu da Austrália (3 a 2).
Nas oitavas-de-final, precisou da
prorrogação para virar o jogo (2 a
1) e despachar a Eslováquia.
A performance brasileira só melhorou a partir das quartas-de-final, quando goleou o Japão por 5
a 1, e na semifinal, ao derrotar a favorita Argentina por 1 a 0.
"Foi sofrido, mas eu disse que
íamos ser campeões", afirmou
Branco, coordenador das categorias de base da CBF.
Mais do que sofrido, foi dramático. Desde os 4min do primeiro
tempo, o Brasil atuou com um jogador a mais. No primeiro ataque
brasileiro, o zagueiro e capitão espanhol Melli levou o cartão vermelho ao fazer falta em Nilmar e
evitar que o atacante brasileiro recebesse o lançamento que o colocaria em condições de marcar.
Em nenhum momento, contudo, o time de Paquetá conseguiu
aproveitar de modo eficaz a superioridade numérica no gramado.
Apesar de passar 61% do tempo
com a posse de bola, segundo estatísticas da Fifa, a seleção brasileira não pressionava a Espanha
-durante a primeira etapa o Brasil criou apenas duas chances de
gol, que culminaram com arremates na trave, e ainda viu a equipe rival ameaçar sua meta.
"Eu esperava mais do Brasil
quando o Melli foi expulso", declarou o técnico brasileiro.
A medida em que o tempo passava, os brasileiros pareciam mais
nervosos do que os espanhóis e
acabavam por cometer muitas
faltas, tanto na defesa quanto no
ataque -o Brasil registrou 29 infrações contra 18 da rival.
No segundo tempo, mesmo
com as substituições, a seleção
brasileira não conseguia se impor.
O gol da vitória só ocorreu no final da etapa final. Daniel cobrou
escanteio, e Fernandinho, de cabeça, tocou para as redes.
Depois, ainda foi necessário segurar o jogo até o apito final para
comemorar o título que há uma
década não ia para as mãos de jogadores brasileiros.
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