São Paulo, terça-feira, 21 de março de 2000 |
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FUTEBOL Empurra-empurra e acusações marcam o primeiro seminário sobre modernização do esporte no país Palavrão abre parceria entre CBF e FGV
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO enviado especial ao Rio A parceria entre a FGV-RJ e a CBF não começou bem. O primeiro seminário realizado pela dupla para discutir a formulação de um "Plano para Modernização do Futebol Brasileiro", ontem, no Rio, acabou em troca de acusações, xingamentos, empurra-empurra e ameaça de agressão. A briga foi provocada por Eurico Miranda, vice do Vasco, e Eduardo Viana, presidente da Federação de Futebol do Rio, ambos indignados com as opiniões da economista Elena Landau. Consultora de Atlético-MG e Botafogo-RJ, Landau afirmou que o futebol brasileiro está falido e propôs a transformação dos clubes em empresas, como preconiza a Lei Pelé, a fim de aumentar a transparência das administrações e poder transformar os torcedores em sócios minoritários. Revoltados, Miranda e Viana, que já tinham discursado, avançaram em direção da palestrante e começaram a insultá-la, recebendo algumas vaias da platéia. "Você não entende nada de futebol", gritava Miranda, que chegou a chamar Landau de "babaca". A consultora, irritada, rebateu que o fórum de debates não era São Januário, o estádio do Vasco, onde o dirigente diz ser rei. "Futebol não é bem público", urrava Viana, por sua vez, chamando Landau de ignorante -"o Mobral não chegou aí". Depois de uma interrupção, quando Fernando Ávila, da oposição do Vasco, foi retirado da sala, dizendo-se ameaçado por um segurança de Miranda, o dirigente pegou o microfone e discursou durante cinco minutos. "O clube é dos associados, não do torcedor. Vamos ficar atentos à invasão que esses grandes grupos estrangeiros querem fazer. Quem diz que o futebol está falido é porque tem algum interesse." Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Cartolagem dá um baile na fundação Índice |
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