São Paulo, sábado, 21 de março de 2009

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Ministério do Trabalho investiga clubes do RJ

Atraso de salários pode tirar benefícios fiscais de equipes

ANDRÉ ZAHAR
DA SUCURSAL DO RIO

Os quatro maiores clubes do Rio enfrentam auditoria do Ministério do Trabalho por atrasos de salário. Ontem, o Flamengo equalizou atrasos do futebol e parte de outros débitos, mas deve valor relativo a fevereiro a funcionários administrativos e atletas do basquete.
Com folha salarial de R$ 900 mil, a dívida do Flamengo ultrapassava R$ 1,8 milhão, conforme informação dada ao Ministério Público do Trabalho. Os 550 funcionários e mais de 20 atletas amadores não recebiam desde dezembro.
Parte do rombo foi coberta graças a aporte de R$ 10 milhões da Globo, feito como antecipação do pagamento de direito de TV já relativo a 2010.
O clube pagou ontem dois meses de atraso do basquete, o mês de janeiro dos funcionários administrativos e do futebol e o 13º salário de uma parte dos funcionários que ainda não haviam recebido. Como o pagamento do futebol é dia 25, o clube está em dia com o elenco.
O Ministério Público do Trabalho deu ontem prazo de cinco dias para o Flamengo sanear as contas. Como não resolveu totalmente o problema, pode buscar acordo para evitar novo processo trabalhista. Segundo o Flamengo, a Petrobras ainda não fez repasse de R$ 4,5 milhões pelo patrocínio de 2008, que pode ajudar nos pagamentos. O contrato com a petrolífera terminou em dezembro.
O Vasco prestou esclarecimentos na terça e prometeu apresentar dia 7 de abril proposta para os 460 funcionários administrativos que não recebem desde dezembro. Os atletas, por sua vez, receberam salário de janeiro. O Fluminense terá audiência no mesmo dia.
O Botafogo foi obrigado em 2008 a pôr em dia salários de empregados sob pena de multa.
O procurador do trabalho Cássio Casagrande ameaça usar contra os clubes decreto que impede empresas com salários atrasados de serem favorecidas com beneficio fiscal.
Se aceita, a medida pode levar os times a serem excluídos da loteria Timemania e da Caixa Econômica Federal e perderem patrocínios de estatais como Petrobras, no Flamengo, e Eletrobrás, no Vasco.


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