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União cria resistências e atrasa lei para a Fifa
Garantia do governo previa legislação e regras tributárias prontas até 2009
Receita Federal discute isenções de impostos com Comitê Organizador Local e nega eliminação de taxas para construtores de estádios
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo federal está atrasado na entrega de legislação e
regras tributárias especiais para a Fifa e seus parceiros comerciais relativos à Copa-2014.
Pelo caderno de encargos da
entidade, o prazo já estourou
em três meses -acabava em
2009. Pela promessa aos Estados, a criação da lei já foi retardada em nove meses.
Um dos motivos é a discussão
entre advogados do COL (Comitê Organizador Local) e a Receita Federal. A União tem resistido a dar todas as isenções
pedidas pela Fifa. A negociação
intensificou-se em janeiro.
Pelas garantias governamentais, a entidade, seus patrocinadores ou fornecedores de serviços ficariam isentos de taxação,
como nos serviços, entre eles a
venda de ingressos. A previsão
é excluir o Imposto de Renda e
o de importação, entre outros.
A posição do governo é exemplificada pela negativa de isenções a materiais de construção
de estádios da Copa. E os Estados criticam a posição.
"[O atraso] prejudica as discussões entre os Estados. Isso
porque pode dificultar o convencimento de alguns deles. Os
Estados podem pensar: por que
desonerar, se o governo [federal] não abre mão? Podem se
sentir injustiçados", reclamou
o secretário-adjunto de Fazenda do Rio Grande do Sul, Leonardo Gaffrée Dias.
A União dá poucas informações aos Estados sobre a legislação federal ou uma padronização estadual. A exceção é São
Paulo, onde técnicos tratam de
regras tributárias do Mundial.
"Meu sentimento é que nem
tudo que foi pedido [pela Fifa]
será atendido", declarou o secretário de Fazenda da Bahia,
Carlos Martins Santana.
Segundo ele, a União prometeu o plano tributário da Copa
para junho de 2009. Depois, o
prazo foi prorrogado para dezembro. Mas ainda não há nem
proposta pronta para ser levada
ao Congresso. Outro compromisso do governo é que as leis
tributárias da Fifa fossem cumpridas até o final de 2010.
O Ministério do Esporte, a
Receita Federal e o COL se recusaram a falar sobre o tema.
(RODRIGO MATTOS)
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