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São Paulo, segunda-feira, 21 de abril de 2003

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FUTEBOL

Um mini Rio-São Paulo

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O Maracanã e o Morumbi viram dois grandes jogos no fim de semana. No mini Rio-São Paulo da rodada, os paulistas levaram a melhor.
No Maracanã, o Santos foi soberano. Mesmo sem o fundamental Renato, o time se acertou, soube resistir aos poucos momentos de pressão do Flamengo e impôs seu futebol com personalidade. Foi sua melhor partida no campeonato até agora.
Um dos fatores centrais da superioridade santista foi a atuação de Diego. Criticado nos últimos tempos por prender demais a bola, anteontem o jovem meia foi sereno e objetivo, armando o time e servindo os companheiros com perfeição. Do outro lado, o cérebro do Flamengo, Felipe, não encontrou seu lugar em campo e pouco produziu. Fábio Baiano fez muita falta à equipe, que voltou a se perder entre a correria de Athirson -o maior talento desperdiçado do futebol brasileiro- e a moleza de Fernando Baiano.
O Mengo perdeu a invencibilidade, mas ainda luta para continuar entre os primeiros. Se Nelsinho Baptista voltar a acertar o time, mostrando que tudo não passou de um acidente de percurso, o rubro-negro tem tudo para ser uma das grandes forças.
Elano voltou a mostrar que é um grande finalizador, e Robinho, que precisa aperfeiçoar esse fundamento. Dessa vez, o garoto-prodígio praticamente limitou-se a alguns lances de efeito. É errado dizer que esse tipo de jogada é inócua. Além de irritar o adversário, eleva o moral do próprio time.
No Morumbi, o duelo mais aguardado era entre Ricardinho e Marcelinho, ex-desafetos dos tempos de Corinthians. E ambos jogaram muita bola.
Ricardinho fez tudo o que se espera dele: cadenciou o jogo, virou bolas, armou os ataques, serviu os companheiros com a precisão de sempre.
Marcelinho, por sua vez, conseguiu infernizar o volante Adriano, destacado para marcá-lo individualmente, e cavou os espaços para lançar os atacantes. De quebra, fez de falta o gol mais bonito da tarde.
O São Paulo dominou o jogo, mas o Vasco, contraditoriamente, subiu de produção quando ficou com um jogador a menos. O tricolor teve dificuldade em tirar proveito da vantagem numérica, talvez por insistir demais nas jogadas pelo meio.
Quando acionou os laterais -sobretudo Fabiano, que deu o belo passe para o primeiro gol-, levou perigo.
O São Paulo dá a impressão de estar se adaptando à nova formação, com Adriano e Souza no meio-campo. É difícil saber como o time vai evoluir com a volta de Kaká, prevista para daqui a algumas rodadas. O sistema defensivo parece ter melhorado. Mas é prudente esperar um pouco antes de começar a elogiar.
Outro que tem alternado altos e baixos (mais altos do que baixos) é o artilheiro Luis Fabiano.
Ele tem força, habilidade e um tempo de bola quase perfeito. Precisa evitar uma ocasional displicência. E também a mania recente de perder pênaltis.

A volta do Colorado
Pelo pouco que pude ver, o Beira-Rio também viu um partidaço, com Internacional e Corinthians jogando em busca do gol. É bom ver o Colorado fazer um bom início de campeonato, depois de tantas campanhas medíocres. Um time que já teve Falcão e Figueroa merece lutar por um lugar na elite do futebol brasileiro.

Ainda Minas
Os mineiros continuam absolutos no alto da tabela. Mais duas vitórias no fim de semana. A do Galo, em Salvador, foi mais espetacular: 4 a 2 sobre o Bahia. Ontem, no Mineirão, o Cruzeiro fez dois no primeiro tempo, pisou no freio no início do segundo e voltou a acordar depois que o Goiás fez o seu. Mais uma vez mostrou que, quando quer jogar, é arrasador.

E-mail jgcouto@uol.com.br



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