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FUTEBOL
Um mini Rio-São Paulo
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
O Maracanã e o Morumbi
viram dois grandes jogos no
fim de semana. No mini Rio-São
Paulo da rodada, os paulistas levaram a melhor.
No Maracanã, o Santos foi soberano. Mesmo sem o fundamental Renato, o time se acertou, soube resistir aos poucos momentos
de pressão do Flamengo e impôs
seu futebol com personalidade.
Foi sua melhor partida no campeonato até agora.
Um dos fatores centrais da superioridade santista foi a atuação
de Diego. Criticado nos últimos
tempos por prender demais a bola, anteontem o jovem meia foi
sereno e objetivo, armando o time
e servindo os companheiros com
perfeição. Do outro lado, o cérebro do Flamengo, Felipe, não encontrou seu lugar em campo e
pouco produziu. Fábio Baiano fez
muita falta à equipe, que voltou a
se perder entre a correria de
Athirson -o maior talento desperdiçado do futebol brasileiro-
e a moleza de Fernando Baiano.
O Mengo perdeu a invencibilidade, mas ainda luta para continuar entre os primeiros. Se Nelsinho Baptista voltar a acertar o time, mostrando que tudo não passou de um acidente de percurso, o
rubro-negro tem tudo para ser
uma das grandes forças.
Elano voltou a mostrar que é
um grande finalizador, e Robinho, que precisa aperfeiçoar esse
fundamento. Dessa vez, o garoto-prodígio praticamente limitou-se
a alguns lances de efeito. É errado
dizer que esse tipo de jogada é
inócua. Além de irritar o adversário, eleva o moral do próprio time.
No Morumbi, o duelo mais
aguardado era entre Ricardinho
e Marcelinho, ex-desafetos dos
tempos de Corinthians. E ambos
jogaram muita bola.
Ricardinho fez tudo o que se espera dele: cadenciou o jogo, virou
bolas, armou os ataques, serviu os
companheiros com a precisão de
sempre.
Marcelinho, por sua vez, conseguiu infernizar o volante Adriano, destacado para marcá-lo individualmente, e cavou os espaços para lançar os atacantes. De
quebra, fez de falta o gol mais bonito da tarde.
O São Paulo dominou o jogo,
mas o Vasco, contraditoriamente,
subiu de produção quando ficou
com um jogador a menos. O tricolor teve dificuldade em tirar proveito da vantagem numérica, talvez por insistir demais nas jogadas pelo meio.
Quando acionou os laterais
-sobretudo Fabiano, que deu o
belo passe para o primeiro gol-,
levou perigo.
O São Paulo dá a impressão de
estar se adaptando à nova formação, com Adriano e Souza no
meio-campo. É difícil saber como
o time vai evoluir com a volta de
Kaká, prevista para daqui a algumas rodadas. O sistema defensivo
parece ter melhorado. Mas é prudente esperar um pouco antes de
começar a elogiar.
Outro que tem alternado altos e
baixos (mais altos do que baixos)
é o artilheiro Luis Fabiano.
Ele tem força, habilidade e um
tempo de bola quase perfeito. Precisa evitar uma ocasional displicência. E também a mania recente de perder pênaltis.
A volta do Colorado
Pelo pouco que pude ver, o Beira-Rio também viu um partidaço, com Internacional e Corinthians jogando em busca do
gol. É bom ver o Colorado fazer
um bom início de campeonato,
depois de tantas campanhas
medíocres. Um time que já teve
Falcão e Figueroa merece lutar
por um lugar na elite do futebol
brasileiro.
Ainda Minas
Os mineiros continuam absolutos no alto da tabela. Mais
duas vitórias no fim de semana.
A do Galo, em Salvador, foi
mais espetacular: 4 a 2 sobre o
Bahia. Ontem, no Mineirão, o
Cruzeiro fez dois no primeiro
tempo, pisou no freio no início
do segundo e voltou a acordar
depois que o Goiás fez o seu.
Mais uma vez mostrou que,
quando quer jogar, é arrasador.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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