|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Análise arriscada
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Neste momento, os favoritos ao título do Campeonato
Brasileiro são os melhores do ano
passado e que ainda disputam a
Libertadores (Cruzeiro, Santos,
São Paulo e São Caetano). No segundo semestre, todos podem
mudar com a saída de atletas para o exterior, como em 2003.
Alguns leitores reclamaram que
só escrevi sobre os estaduais de
São Paulo, Rio e Minas. É verdade. As partidas de outros Estados
não passaram na TV. Não posso
ser comentarista de melhores momentos, de gols, de resultados, de
resumos da internet ou só repetir
o que outros falam. No Brasileirão, vou conhecer outros times.
Assisti aos jogos do Coritiba pela Libertadores. Como mudou
muito neste ano, o time só cresceu
nos últimos jogos. Não será surpresa se o Coritiba e outros times
fora de São Paulo, Rio e Minas
chegarem entre os oito primeiros.
O Cruzeiro é forte candidato ao
bi. Porém a equipe não está bem
como em 2003. Não me agrada o
Wendell jogando de terceiro zagueiro. Diminuíram as jogadas
ofensivas pela esquerda com a
dupla Leandro e Wendell, que era
um dos pontos fortes do time. A
equipe está mais defensiva.
No programa "Arena Sportv",
Luxemburgo explicou por que o
Cruzeiro era muito ofensivo e a
defesa não ficava desprotegida.
Quando o time atacava com
Wendell e os dois laterais, todos
ao mesmo tempo, Maldonado recuava para sobrar um zagueiro,
se o outro time mantivesse dois
atacantes. Quando o Cruzeiro se
defendia, Maldonado se adiantava e marcava no meio-campo, já
que os dois laterais estavam recuados e faziam a cobertura dos
zagueiros.
Luxemburgo mostrou que o esquema com três zagueiros é bom
para se jogar no ataque. A maior
parte dos técnicos faz o contrário.
Por outro lado, Paulo César
Gusmão dá sinais de que não será
só um repetidor do seu mestre. Isso é bom. Cada um faz do seu jeito. Paulo César não tinha também compromisso em sair com o
Luxemburgo do Cruzeiro, como
queria o ex-treinador. Incorreto é
o Luxemburgo receber prêmios
pelos títulos antes dos jogadores.
O Santos continua sem um bom
centroavante. Robson, ex-Robgol,
conseguiu ser igual ao volante Fabiano que jogou no ataque. Basílio é uma boa opção com a sua velocidade, mas não tem talento para ser o centroavante titular.
Leandro Machado é a nova esperança. Qual dos dois Leandros é o
Machado? Não faz diferença. Os
dois são fracos.
O São Paulo possui uma equipe
mais ofensiva que a de 2003,
quando era dirigido pelo Rojas.
Contudo não melhorou a qualidade individual. Fábio Simplício
ainda é o melhor dos armadores.
Gabriel de volante não dá.
O São Caetano tem um elenco
melhor do que o do ano passado.
Já é um grande time. Muricy Ramalho, que quase sempre está
mal-humorado nas entrevistas,
cada dia se aproxima mais dos
principais treinadores brasileiros.
Dos outros grandes clubes do
Rio, de São Paulo e de Minas, Flamengo e Palmeiras são os que têm
melhores jogadores (Felipe, Júlio
César, Zinho, Marcos, Vágner e
outros). Mas os dois precisam de
reforços. O Flamengo tem o melhor time do Rio, mas não tem um
grande time.
O Corinthians treinou quase
um mês e voltou pior, contra o
Fortaleza, pela Copa do Brasil.
Tempo para treinar é relativo. Pelo menos, esperava-se ver um time organizado. Havia uma grande confusão no meio-campo. O
lento e veterano Rincón não pode
jogar mais de meia ofensivo. Só
dá para ele atuar de volante mais
recuado, marcando e iniciando
as jogadas ofensivas.
A posição de volante no futebol
brasileiro tornou-se a ideal para
os veteranos em final de carreira e
para os jovens sem nenhum talento. Para jogar num grande clube, basta o volante saber dar um
passe de cinco metros para o lado
e ter muita pegada, como dizem
os técnicos.
O Atlético-MG não possui jogadores melhores do que os do Corinthians, porém tem um time organizado. Na decisão, o Galo dominou o jogo e chegou com facilidade próximo ao gol do Cruzeiro.
Só não fez mais gols porque faltou
qualidade individual e o goleiro
Gomes foi novamente brilhante.
Se Corinthians, Vasco, Fluminense e Botafogo não melhorarem, farão parte do grupo intermediário ou dos últimos. A maioria das equipes está na mesma
condição.
Fazer análises e previsões antes
da competição é precipitado e arriscado, mas comentarista gosta
de quebrar a cara.
E-mail
tostao.folha@uol.com.br
Texto Anterior: Basquete: Uberlândia cai em casa, e Atenas é campeão da Liga Sul-Americana Próximo Texto: Futebol: Maradona usou cocaína, afirma agência Índice
|