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São Paulo apela para o "cheque especial" para pagar os jogadores
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Para pagar os direitos de imagem atrasados de alguns de seus
jogadores na semana passada, o
São Paulo fez uso do seu limite no
"cheque especial".
A dívida de cerca de R$ 500 mil
foi quitada com parte do limite de
crédito que a conta que o clube
movimenta no Bradesco oferece.
A taxa de juros varia de 2,5% a
2,8% ao mês, segundo informou o
diretor financeiro do São Paulo,
João Paulo de Jesus Lopes.
"Não fizemos empréstimo em
banco ou na Federação Paulista
de Futebol. Tivemos a opção de
usar o limite de crédito da "conta
garantida" que temos no Bradesco", disse o dirigente são-paulino.
A "conta garantida" é um produto para pessoas jurídicas que
oferece limite de crédito para o
cliente. "Funciona como o cheque
especial nas contas para pessoas
físicas", informou a assessoria de
imprensa do Bradesco.
Isto é, depois de zerado o crédito que o cliente possui em conta
corrente, ele passa a dever para o
banco, mas não precisa recorrer a
um mecanismo formal de empréstimo bancário.
A "emergência", de acordo com
o diretor financeiro do São Paulo,
foi causada principalmente pela
reformulação do calendário do
futebol brasileiro. Com a extinção
dos campeonatos regionais, alguns clubes não tiveram renda suficiente para honrar seus contratos preestabelecidos, como os assinados com as firmas que administram a imagem dos jogadores.
Só o Torneio Rio-São Paulo do
ano passado, no qual o São Paulo
foi vice, rendeu mais de R$ 7 milhões ao time do Morumbi.
Mas, para Lopes, o déficit que o
clube contraiu para pagar seis jogadores a quem devia não será
por demais oneroso porque o clube já conta com a entrada de novas receitas para cobri-lo.
"Além das receitas normais, advindas principalmente do futebol,
do estádio do Morumbi e da parte
social do clube, temos a expectativa de receber parte do depósito
judicial que a Globo fez para poder transmitir os jogos do Campeonato Paulista. Foram cerca de
R$ 12 milhões que ainda dependem de decisão judicial em última
instância para serem repassados
para a Federação Paulista de Futebol e, depois, para os clubes", afirmou Lopes.
Com o "saque", o São Paulo
acabou com um imbróglio que se
arrastava desde janeiro, quando
pela primeira vez alguns jogadores reclamaram do atraso no pagamento de prêmios do Campeonato Brasileiro-2002 e dos direitos
de imagem.
Mas o clube ainda tem outras
contas a pagar. Pela compra dos
direitos do meia Ricardinho, o
clube ainda deve à Federação
Paulista de Futebol quatro parcelas, cerca de R$ 1 milhão -no total, o time pagou R$ 4 milhões pelo jogador. O São Paulo também
não terminou de pagar ao Rennes
(França) os US$ 2,1 milhões pactuados por Luis Fabiano em julho
do ano passado.
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