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São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2003

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São Paulo apela para o "cheque especial" para pagar os jogadores

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Para pagar os direitos de imagem atrasados de alguns de seus jogadores na semana passada, o São Paulo fez uso do seu limite no "cheque especial".
A dívida de cerca de R$ 500 mil foi quitada com parte do limite de crédito que a conta que o clube movimenta no Bradesco oferece. A taxa de juros varia de 2,5% a 2,8% ao mês, segundo informou o diretor financeiro do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes.
"Não fizemos empréstimo em banco ou na Federação Paulista de Futebol. Tivemos a opção de usar o limite de crédito da "conta garantida" que temos no Bradesco", disse o dirigente são-paulino.
A "conta garantida" é um produto para pessoas jurídicas que oferece limite de crédito para o cliente. "Funciona como o cheque especial nas contas para pessoas físicas", informou a assessoria de imprensa do Bradesco.
Isto é, depois de zerado o crédito que o cliente possui em conta corrente, ele passa a dever para o banco, mas não precisa recorrer a um mecanismo formal de empréstimo bancário.
A "emergência", de acordo com o diretor financeiro do São Paulo, foi causada principalmente pela reformulação do calendário do futebol brasileiro. Com a extinção dos campeonatos regionais, alguns clubes não tiveram renda suficiente para honrar seus contratos preestabelecidos, como os assinados com as firmas que administram a imagem dos jogadores. Só o Torneio Rio-São Paulo do ano passado, no qual o São Paulo foi vice, rendeu mais de R$ 7 milhões ao time do Morumbi.
Mas, para Lopes, o déficit que o clube contraiu para pagar seis jogadores a quem devia não será por demais oneroso porque o clube já conta com a entrada de novas receitas para cobri-lo.
"Além das receitas normais, advindas principalmente do futebol, do estádio do Morumbi e da parte social do clube, temos a expectativa de receber parte do depósito judicial que a Globo fez para poder transmitir os jogos do Campeonato Paulista. Foram cerca de R$ 12 milhões que ainda dependem de decisão judicial em última instância para serem repassados para a Federação Paulista de Futebol e, depois, para os clubes", afirmou Lopes.
Com o "saque", o São Paulo acabou com um imbróglio que se arrastava desde janeiro, quando pela primeira vez alguns jogadores reclamaram do atraso no pagamento de prêmios do Campeonato Brasileiro-2002 e dos direitos de imagem.
Mas o clube ainda tem outras contas a pagar. Pela compra dos direitos do meia Ricardinho, o clube ainda deve à Federação Paulista de Futebol quatro parcelas, cerca de R$ 1 milhão -no total, o time pagou R$ 4 milhões pelo jogador. O São Paulo também não terminou de pagar ao Rennes (França) os US$ 2,1 milhões pactuados por Luis Fabiano em julho do ano passado.


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