São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2006

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Ronaldo acerta um chute em oito no treinamento

Em prática de finalizações, atacante tem aproveitamento baixo e se poupa no restante dos trabalhos na Alemanha

Apesar de início de Copa decepcionante, Parreira opta por reduzir os treinos para evitar desgastar atletas e não dá a escalação do time


DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH

Começou a Copa do Mundo e a seleção entrou em ritmo de banho maria nos treinos.
O símbolo desta nova fase é Ronaldo, um dos mais contestados no Mundial. Substituído nas duas primeiras partidas da seleção, o atacante voltou a exibir a má fase no treino leve de ontem em Bergisch Gladbach. Ele se poupou, evitou disputar bola com os adversários e teve desempenho pífio nas finalizações para um atacante.
No final do trabalho de ontem, quando o técnico Carlos Alberto Parreira comandou um ensaio de arremates, Ronaldo fez só um gol em oito tentativas -foi o pior do elenco. Na primeira fase, o atacante tinha que concluir ao gol, próximo da entrada da área, os passes dado pelos companheiros. Em quase todas, o goleiro Dida defendia com facilidade. Ele só marcou quando Parreira mudou o treinamento. Nesta vez, o técnico pediu para os jogadores darem arrancadas até a área.
Embora tenha tido desempenho fraco no treino, Ronaldo voltou a prometer gol contra o Japão -ele está confirmado como titular. "O gol já chegará. O mais importante é que conquistamos a vitória [contra a Austrália] e tentarei marcar na próxima partida", disse o atleta, que concedeu rápida entrevista aos jornalistas estrangeiros.
Com a seca de gols, Ronaldo acumula em recorde negativos em Copas. Ele nunca ficara dois jogos sem marcar no Mundial.
O atacante do Real Madrid disse não estar preocupado com a reserva. Parreira já definiu que Ronaldo tem que fazer uma boa atuação contra o Japão para ser mantido no time.
""Há pessoas que falam de tudo, mas é preciso respeitar o que Parreira decidir e cada um deve dar o melhor de si", disse.
Se fizer dois gols neste Mundial, o atacante igualará o recorde de Gerd Müller, o maior artilheiro em Copas, com 14 gols. Depois de 1h15 de treino, ele foi o primeiro a deixar o gramado em direção ao vestiário.
O treino de ontem foi o último trabalho tático do time nacional antes da partida contra o Japão, amanhã, em Dortmund.
Mesmo assim, Parreira preferiu não desgastar os jogadores. Ele optou por não comandar um coletivo e realizou só um treino leve de pouco mais de uma hora com o time. O treinador, que não definiu a escalação, já declarou que pretende poupar alguns titulares.
Apesar do início decepcionante da seleção na Copa, Parreira pretende reduzir a carga de treinamentos a partir de agora. Ele alega que o ritmo menos intenso é uma estratégia para evitar o desgaste dos jogadores. Ontem, o time treinou em apenas um período.
Durante os dias de preparação da equipe na Suíça, Parreira preferiu comandar a maioria dos treinos em campo reduzido, com ações que não se repetem em partidas normais.
No início do treino de ontem, o time chegou a treinar quase 20 minutos em parte do campo sem chutar ao gol. O objetivo era uma das equipes manter a posse de bola por dez toques.
Depois, Parreira comandou um treino com oito jogadores em campo. Um time marcando e outro defendendo, enquanto o terceiro apenas assistia. O rodízio era feito a cada gol marcado. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

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