São Paulo, sábado, 21 de julho de 2007

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NATAÇÃO

Thiago bate Scherer, e Spitz é o alvo de hoje

Com 2 ouros ontem, atleta deixa ídolo para trás e se iguala a mito americano

Se triunfar nesta manhã nos 200 m peito, maior destaque do Brasil nos Jogos do Rio vai se tornar o maior vencedor em uma única edição do Pan

FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Thiago Pereira tomou ontem de Fernando Scherer o recorde de medalhas de ouro do Brasil em uma só edição de um Pan.
"Agora sou recordista. Estou feliz porque o Fernando (Scherer), assim como o Gustavo Borges, é um grande nadador. Eles foram meus ídolos."
De quebra, igualou-se ao mito Mark Spitz, que, então com 17 anos, faturou cinco ouros no Pan de Winnipeg, em 1967.
Para atingir o feito, Thiago contou com a valiosa colaboração dos colegas de revezamento. O nadador fluminense, de 21 anos, tem agora cinco primeiros lugares. Os últimos dois foram conquistados ontem no Parque Aquático Maria Lenk. O primeiro, de novo com recorde pan-americano (1min57s79), aconteceu nos 200 m medley.
O recorde nacional de lugares mais altos do pódio, que era de Scherer desde os quatro ouros obtidos nos Jogos de Winnipeg-99, chegou sem a necessidade de entrar na piscina.
No revezamento 4 x 100 m livre, Thiago só nadou em uma frágil eliminatória. Na final, ele ficou fora, mas o Brasil venceu. O regulamento manda atribuir também o ouro a quem pulou na água nas eliminatórias.
"Para mim essa medalha tem o mesmo valor. Eu participei", disse Thiago, que apontou o fenômeno Michael Phelps como inspiração. "Em Atenas, ele também nadou só as eliminatória dos 4 x 100 m [livre]", disse, sobre uma das oito medalhas que o americano ganhou na Olimpíada grega, justamente a que gerou muita controvérsia.
Em outra medalha ganha em um revezamento (4 x 200 m livre), Thiago também precisa agradecer aos companheiros. Na final da prova, ele fez o terceiro pior tempo da equipe brasileira -exatos dois segundos a menos do que o novato Nicolas de Oliveira, o Nilo, que fechou a prova com uma reação espetacular que tirou o ouro dos EUA.
Nas provas individuais, Thiago vem sobrando. Ontem, ele levou o ouro nos 200 m medley com quase três segundos de vantagem sobre o americano Robert Margalis, dono da prata.
O atleta do Minas Tênis, clube que não pretende trocar para treinar no exterior, celebrou sua performance e confirmou sua fama de perfeccionista. "Se eu cair na água e não conseguir um bom tempo, volto à piscina para treinar mais."
Thiago se diz preparado para o papel de ídolo. "Não vou mudar minha forma de ser. O assédio só é ruim se acontecer na hora dos treinos ou entre provas de uma competição", diz ele, que prefere evitar planos para a Olimpíada. "Vou esperar o Pan acabar para decidir como vai ser minha preparação."


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