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NATAÇÃO
Thiago bate Scherer, e Spitz é o alvo de hoje
Com 2 ouros ontem, atleta deixa ídolo para trás e se iguala a mito americano
Se triunfar nesta manhã nos 200 m peito, maior destaque do Brasil nos Jogos do Rio vai se tornar o maior vencedor em uma única edição do Pan
FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Thiago Pereira tomou ontem
de Fernando Scherer o recorde
de medalhas de ouro do Brasil
em uma só edição de um Pan.
"Agora sou recordista. Estou
feliz porque o Fernando (Scherer), assim como o Gustavo
Borges, é um grande nadador.
Eles foram meus ídolos."
De quebra, igualou-se ao mito Mark Spitz, que, então com
17 anos, faturou cinco ouros no
Pan de Winnipeg, em 1967.
Para atingir o feito, Thiago
contou com a valiosa colaboração dos colegas de revezamento. O nadador fluminense, de 21
anos, tem agora cinco primeiros lugares. Os últimos dois foram conquistados ontem no
Parque Aquático Maria Lenk. O
primeiro, de novo com recorde
pan-americano (1min57s79),
aconteceu nos 200 m medley.
O recorde nacional de lugares mais altos do pódio, que era
de Scherer desde os quatro ouros obtidos nos Jogos de Winnipeg-99, chegou sem a necessidade de entrar na piscina.
No revezamento 4 x 100 m livre, Thiago só nadou em uma
frágil eliminatória. Na final, ele
ficou fora, mas o Brasil venceu.
O regulamento manda atribuir
também o ouro a quem pulou
na água nas eliminatórias.
"Para mim essa medalha tem
o mesmo valor. Eu participei",
disse Thiago, que apontou o fenômeno Michael Phelps como
inspiração. "Em Atenas, ele
também nadou só as eliminatória dos 4 x 100 m [livre]", disse,
sobre uma das oito medalhas
que o americano ganhou na
Olimpíada grega, justamente a
que gerou muita controvérsia.
Em outra medalha ganha em
um revezamento (4 x 200 m livre), Thiago também precisa
agradecer aos companheiros.
Na final da prova, ele fez o terceiro pior tempo da equipe brasileira -exatos dois segundos a
menos do que o novato Nicolas
de Oliveira, o Nilo, que fechou a
prova com uma reação espetacular que tirou o ouro dos EUA.
Nas provas individuais, Thiago vem sobrando. Ontem, ele
levou o ouro nos 200 m medley
com quase três segundos de
vantagem sobre o americano
Robert Margalis, dono da prata.
O atleta do Minas Tênis, clube que não pretende trocar para treinar no exterior, celebrou
sua performance e confirmou
sua fama de perfeccionista. "Se
eu cair na água e não conseguir
um bom tempo, volto à piscina
para treinar mais."
Thiago se diz preparado para
o papel de ídolo. "Não vou mudar minha forma de ser. O assédio só é ruim se acontecer na
hora dos treinos ou entre provas de uma competição", diz
ele, que prefere evitar planos
para a Olimpíada. "Vou esperar
o Pan acabar para decidir como
vai ser minha preparação."
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