São Paulo, quinta, 21 de agosto de 1997.



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Especialistas avaliam que disciplina e versatilidade em quadra são determinantes para o tenista do fim do século
Acaba a ditadura do saque 'canhão'

THALES DE MENEZES
da Reportagem Local

Sucesso nas quadras de tênis neste fim de século, segundo especialistas, significa começar cedo a carreira, ser agressivo e não depender apenas de um saque "canhão", característica considerada essencial há alguns anos. Boa cabeça continuará essencial.
"Os campeões estão cada vez mais jovens. Becker foi um fenômeno quando ganhou Wimbledon (aos 17 anos, em 85), mas campeões adolescentes estão virando regra", diz o italiano Adriano Panatta, ex-"top ten".
"No feminino, a coisa é indecente. Técnicos trabalham como se suas garotas fossem ficar entre as dez antes da primeira menstruação", completa o italiano.
Como outros técnicos, ele aponta a preparação física como essencial ao bom desempenho do atleta. Atenção ao abdômen.
Com saques a 200 km/h, não há tempo para o atleta dar o passo lateral antes de bater na bola. Dependerá de giro no tronco.
Para o norte-americano Stan Smith, 50, ex-campeão de Wimbledon, Gustavo Kuerten é um exemplo de jogador do futuro: "Alto, magro, com ótimo físico, boa cabeça para manter a disciplina e atacar sempre".
Segundo Smith, uma divisão entre tipos de tenista será nítida nas próximas décadas.
"Um deles será o que vai ganhar títulos juvenis, se preocupar com o profissionalismo depois dos 18 anos e ter uma carreira longa, mas não tão brilhante."
O outro tipo, segundo ele, é o do garoto muito talentoso, que aos 14 anos tem todos os golpes.
"Aí, vai ser afastado dos juvenis e preparado para ser um dos melhores do mundo", explica o especialista, citando o exemplo da russa Anna Kournikova, 16.
"Só tenho dó do garoto que não conseguir alcançar a meta."



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