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JUDÔ
Defesa preliminar de ligeiro Derly se basearia em eventual falha de protocolo na coleta de material
Confirmado doping de promessa de tatame
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O resultado da contraprova do
exame antidoping de João Derly,
20, apontou que o judoca fez uso
do diurético clortalidona durante
a disputa dos Jogos Sul-Americanos encerrados no último dia 10.
A equipe do atleta já tem delineada ao menos uma linha para
sua defesa, que pode servir de base para a assessoria jurídica contratada para assessorá-lo.
O Brasil deve perder assim seu
segundo ouro na competição
-Derly havia sido campeão da
categoria ligeiro. O primeiro caso
de doping a ser divulgado, dia 11,
foi o da fundista Eliana Luanda
Cardoso Pereira, 19. Mais casos de
doping devem ser divulgados.
"Nunca utilizei substância proibida como forma de obter vantagem nas competições. Agora
aguardo uma comunicação oficial
da CBJ", disse Derly, que ontem
esteve presente à abertura do frasco B, na Ladetec, no Rio.
Segundo a Folha apurou, a linha de defesa delineada pela equipe do atleta se baseia em uma provável falha no protocolo do exame antidoping, que poderia ir
desde a temperatura durante a coleta do material ter sido inadequada até a contaminação do material durante o processo, passando
por diversos outros cenários.
Por isso, dois bioquímicos contratados pela Sogipa, equipe de
Derly, acompanharam a partir
das 10h15 de ontem o exame da
contraprova, no laboratório Ladetec, da Universidade Federal do
Rio: Marco Aurélio Dorneles, do
Rio Grande do Sul, e Jari da Nóbrega Cardoso, de São Paulo, ambos com experiência em Olimpíadas e Jogos Pan-Americanos.
Também o presidente da CBJ
(Confederação Brasileira de Judô), Paulo Wanderley Teixeira,
esteve presente à reunião.
Derly confirmou que os dois
frascos eram aqueles nos quais foram coletados o material. Os bioquímicos verificaram que estavam guardados adequadamente.
Os resultados preliminares seriam divulgados ontem, mas o resultado analítico seria enviado à
Odesur (Organização Desportiva
Sul-Americana), então à Confederação Sul-Americana de Judô e
finalmente à Confederação Brasileira de Judô, para o judoca ser
notificado oficialmente. Isso deve
acontecer nos próximos dias.
Somente então o advogado esportivo contratado para defender
Derly, Thomaz Mattos de Paiva,
deve se pronunciar, pois deve
analisar o exame passo a passo
para definir sua defesa. Thomaz
afirma que o período de suspensão de Derly, caso seja comprovada sua culpa, não está definido.
Este ano Derly obteve resultados expressivos durante o circuito
europeu. Foi ouro nos torneios de
Leonding (Áustria), Praga (República Tcheca), Varsóvia (Polônia)
e prata em Paris (França). Nessas
duas últimas competições, Derly
foi submetido a exames antidoping e nenhum deles apontou utilização de substância proibida.
Derly permaneceria de férias até
o próximo mês. Posteriormente,
disputaria o Grand Prix da União
Européia de Judô, para o qual foi
convocado. Depois, tinha prevista
participação no Pan-Americano
da República Dominicana.
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