São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

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JUDÔ

Defesa preliminar de ligeiro Derly se basearia em eventual falha de protocolo na coleta de material

Confirmado doping de promessa de tatame

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O resultado da contraprova do exame antidoping de João Derly, 20, apontou que o judoca fez uso do diurético clortalidona durante a disputa dos Jogos Sul-Americanos encerrados no último dia 10.
A equipe do atleta já tem delineada ao menos uma linha para sua defesa, que pode servir de base para a assessoria jurídica contratada para assessorá-lo.
O Brasil deve perder assim seu segundo ouro na competição -Derly havia sido campeão da categoria ligeiro. O primeiro caso de doping a ser divulgado, dia 11, foi o da fundista Eliana Luanda Cardoso Pereira, 19. Mais casos de doping devem ser divulgados.
"Nunca utilizei substância proibida como forma de obter vantagem nas competições. Agora aguardo uma comunicação oficial da CBJ", disse Derly, que ontem esteve presente à abertura do frasco B, na Ladetec, no Rio.
Segundo a Folha apurou, a linha de defesa delineada pela equipe do atleta se baseia em uma provável falha no protocolo do exame antidoping, que poderia ir desde a temperatura durante a coleta do material ter sido inadequada até a contaminação do material durante o processo, passando por diversos outros cenários.
Por isso, dois bioquímicos contratados pela Sogipa, equipe de Derly, acompanharam a partir das 10h15 de ontem o exame da contraprova, no laboratório Ladetec, da Universidade Federal do Rio: Marco Aurélio Dorneles, do Rio Grande do Sul, e Jari da Nóbrega Cardoso, de São Paulo, ambos com experiência em Olimpíadas e Jogos Pan-Americanos.
Também o presidente da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), Paulo Wanderley Teixeira, esteve presente à reunião.
Derly confirmou que os dois frascos eram aqueles nos quais foram coletados o material. Os bioquímicos verificaram que estavam guardados adequadamente.
Os resultados preliminares seriam divulgados ontem, mas o resultado analítico seria enviado à Odesur (Organização Desportiva Sul-Americana), então à Confederação Sul-Americana de Judô e finalmente à Confederação Brasileira de Judô, para o judoca ser notificado oficialmente. Isso deve acontecer nos próximos dias.
Somente então o advogado esportivo contratado para defender Derly, Thomaz Mattos de Paiva, deve se pronunciar, pois deve analisar o exame passo a passo para definir sua defesa. Thomaz afirma que o período de suspensão de Derly, caso seja comprovada sua culpa, não está definido.
Este ano Derly obteve resultados expressivos durante o circuito europeu. Foi ouro nos torneios de Leonding (Áustria), Praga (República Tcheca), Varsóvia (Polônia) e prata em Paris (França). Nessas duas últimas competições, Derly foi submetido a exames antidoping e nenhum deles apontou utilização de substância proibida.
Derly permaneceria de férias até o próximo mês. Posteriormente, disputaria o Grand Prix da União Européia de Judô, para o qual foi convocado. Depois, tinha prevista participação no Pan-Americano da República Dominicana.



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