São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

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VÔLEI

Brasileiras testam nervos na semifinal contra a China

Perfeita tecnicamente, seleção tenta esquecer tropeços em mata-matas e chegar a final inédita

BRASIL
Invicto e sem ceder sets, time enfrenta as anfitriãs, atuais campeãs, às 9h


MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A PEQUIM

A seleção feminina de vôlei tem a chance de atingir a inédita classificação à final olímpica. Para isso, o time, que tem mostrado técnica impecável em Pequim, terá de provar também que está bem de cabeça.
O adversário de hoje, às 9h, é a China, atual campeã olímpica e maior expoente da escola asiática. Além de trabalhar com bolas rápidas e mostrar grande variação de jogadas, as chinesas têm a enorme torcida a favor.
"A China tem mais qualidade técnica. É um time que dá mais problema para a cabeça", afirmou a levantadora Fofão, antes mesmo de conhecer o rival das semifinais. As chinesas eliminaram as russas por 3 a 0.
Até agora, o Brasil tem mostrado total domínio psicológico. Venceu todos os jogos por 3 a 0 e, mesmo em momentos complicados, teve tranqüilidade para impor seu ritmo.
Nos três principais mata-matas que disputou até hoje, porém, a seleção do técnico Zé Roberto Guimarães guarda tropeços marcantes. Perdeu para a Rússia na semifinal de Atenas-2004, após desperdiçar sete match points, e na decisão do Mundial. No Pan do Rio-2007, caiu diante de Cuba na final.
As jogadoras, no entanto, dizem que esses tropeços não afetam mais o desempenho.
"A gente treinou muito, não teve folga, fazíamos horas de treino por dia, no sacrifício, com dor. Passamos por tanta coisa que agora está tudo tranqüilo", disse a ponta Mari. "Se não der medalha, tudo bem. Saberemos que ninguém se preparou tanto quanto a gente."
Neste ano, a seleção passou a contar com a ajuda constante de uma psicóloga. No Grand Prix, a equipe se apresentou bem e conquistou o título -a fase final é por pontos corridos.
Para testar a reação das atletas em momentos decisivos, Zé Roberto faz pequenas disputas nos treinos, com pontos. "Aqui não estivemos atrás no placar de forma muito perigosa, mas elas estão treinadas para reagirem bem nesse momento."
"O único problema será segurar a ansiedade. Se dependesse de nós, entraríamos na quadra agora", disse o treinador, pouco após bater o Japão nas quartas.
Os bronzes em Atlanta-96 e Sydney-00 foram o mais longe que as brasileiras alcançaram em Olimpíadas. Os times que subiram ao pódio eram dirigidos por Bernardinho, e só duas atletas do atual elenco têm medalhas: Fofão e Walewska.
"Nosso primeiro objetivo é chegar à final. Pensamos um jogo de cada vez. Pode ser o divisor de águas para o vôlei do Brasil, e queremos escrever essa história", disse Walewska.

1 vitória
é a vantagem do Brasil em confrontos com a seleção feminina da China na história. As brasileiras venceram 22 de 43 partidas contra as rivais de hoje. Mas perderam mais sets: 82 contra 83. O último jogo foi a vitória do time de Zé Roberto por 3 a 1, no Grand Prix deste ano. No retrospecto olímpico, as chinesas têm vantagem: dois títulos contra nenhum.


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