São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2007

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Grid deixa Hamilton feliz, e rivais, mais pessimistas

Após vibrar, inglês sente a pressão, discute, sofre nova acusação e fica acuado

Alonso afirma que só tem chance se prova reservar surpresas como na China, e Raikkonen alega que foi atrapalhado, mas se satisfaz

DA REPORTAGEM LOCAL

Além de definir o grid de largada para o GP Brasil, o treino classificatório de ontem serviu para mostrar o estado de espírito dos candidatos ao título.
Favorito à conquista do Mundial em sua primeira temporada na F-1, o piloto Lewis Hamilton, apesar de feliz com o segundo lugar no treino, deu mostras de que a pressão que sentiu durante todo o ano começou a lhe incomodar.
Discutiu com uma jornalista francesa na entrevista coletiva pós-classificação e, após ser investigado pela FIA anteontem por ter usado um jogo a mais de pneus, foi acusado pela Ferrari de ter atrapalhado uma das voltas rápidas de Kimi Raikkonen.
Mais tarde, em evento da McLaren, parecia acuado ao ser questionado sobre o tema.
"Fiz meu pit e não podia continuar lá para não atrapalhar o Fernando [Alonso]. Na saída dos boxes, avisaram-me que o Kimi estava vindo e tentei não atrapalhar", explicou Hamilton. "Olhando as imagens, dá para ver que eu fiquei o mais à esquerda que pude", disse.
Mas, apesar dos "incidentes", dos últimos dias e dos que se acumularam durante o ano, o novato se disse tranqüilo para a prova que pode transformá-lo no mais jovem campeão da F-1.
"Estou muito confiante, empolgado e relaxado", disse Hamilton, 22. "Sinto o carro muito confortável em mim, adoro a pista, a comida aqui do Brasil... Acho que esta viagem para cá vai ter muito mais impacto na minha vida do que imaginei."
Por outro lado, Alonso, seu companheiro na McLaren, depois de cravar somente o quarto tempo ontem, preferiu adotar um discurso derrotista.
"Claro que agora estou bem menos esperançoso do que ontem [anteontem]", afirmou o espanhol, que conquistou seus dois títulos em Interlagos.
"Uma das únicas chances que eu tinha de ser campeão era largar na pole e tentar vencer a corrida, agora, apesar de saber que na F-1 tudo pode acontecer, não sei o que esperar", disse ele, resignado. "E como tenho a mesma estratégia do Lewis, não é nem uma questão de ser pessimista, e sim realista."
O fato de ter as duas Ferrari à sua frente também não ajuda a situação do bicampeão. "Acho que só se acontecer uma corrida como na China", completou.
Em posição mais complicada na busca pelo título, Raikkonen, que sai em terceiro hoje, comemorou com o que pôde.
"O importante é que estou atrás de apenas um dos meus adversários [Hamilton]. Claro que o melhor era largar na pole, mas infelizmente não deu", afirmou o piloto finlandês.
Sobre a polêmica com Hamilton, não reclamou. "Obviamente que não me ajudou, eu perdi um pouco de tempo. Mas tudo bem, estou em terceiro e acho que é um bom lugar para começar. Devo ter um carro bom para a corrida. Vamos ver o que acontece", afirmou o finlandês. (FÁBIO SEIXAS, LUÍS FERRARI, MARIANA LAJOLO E TATIANA CUNHA)

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