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Por imagem, Fifa pune dirigentes
COPA-2018
Acusados de vender votos para Mundial são suspensos
DE SÃO PAULO
A Fifa suspendeu por 30
dias dois membros do seu
Comitê Executivo, Amos
Adamu e Reynald Temarii,
acusados de tentar negociar
apoio na eleição das sedes
das Copas de 2018 e 2022. É
provável que eles não votem.
A medida foi uma tentativa de minimizar o estrago na
imagem da Fifa feito pela divulgação de vídeos do jornal
britânico "Sunday Times".
As gravações mostram os
dois cartolas pedindo dinheiro a jornalistas, disfarçados
de lobistas, em troca de votos
na definição do Mundial.
Mas a entidade não adiou
a escolha da Copa, marcada
para 2 de dezembro, nem fez
revisão das regras, frouxas
em relação às da Olimpíada.
Só informou que continuam as investigações,
inclusive sobre um suposto
acordo eleitoral entre candidatos. São 11 países envolvidos na disputa: Inglaterra,
Espanha/Portugal, Bélgica/
Holanda e Rússia, por 2018;
Austrália, EUA, Qatar, Coreia
do Sul e Japão, por 2022.
Além de conversar sobre
negociar seus votos, Temarii
revelou ter recebido propostas entre US$ 10 milhões e
US$ 12 milhões de candida-
turas interessadas neles.
Antes, a Austrália fora
acusada de dar pérolas às
mulheres de executivos da
Fifa. E um cartola inglês insinuou suborno de juízes em
esquema supostamente ligado à disputa pelo Mundial.
"O processo para 2018 e
2022 foi bem conduzido e organizado", defendeu o secretário-geral Jérôme Valcke.
Em seguida, o presidente
da Fifa, Joseph Blatter, reconheceu um abalo à imagem
da entidade, mas minimizou
a responsabilidade dele.
"Nos deixe fazer o trabalho
e restaurar a credibilidade da
Fifa. Nós tentamos, mas, com
um bilhão de pessoas envolvidas, não espere o comportamento do jeito que gostaríamos", afirmou o suíço.
Na opinião de Blatter, a recuperação da imagem da Fifa
começou com a ação imediata da suspensão dos cartolas.
A punição de 30 dias foi
imposta pelo Comitê de Ética
da Fifa, presidido pelo ex-jogador Claudio Sulser. As suspensões podem ainda ser renovadas por mais 20 dias.
Como a eleição será em 42
dias, eles devem ser excluídos da votação. Depois, os
mandatos de Adamus e Temarii estarão quase no final.
Presidente da Confederação da Oceania, o taitiano Temarii foi escolhido pela sua
entidade para o Comitê Executivo e disputará nova eleição em 22 de janeiro. Eleito
pela Confederação Africana,
Adamus permanecerá no
cargo até fevereiro de 2011.
A prova da ineficiência das
penas da Fifa é que ontem
quatro ex-membros do executivo também foram suspensos, um deles por irregularidades da época no cargo.
Adamus e Temarii negaram as acusações. "Estou
confiante da minha integridade, mas foi um erro falar
daquele jeito", afirmou Temarii, nos últimos dias.
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