São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 2011

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Rio-16 eleva o interesse por nanicos

OLIMPÍADA
Pool de empresas capta verba para esportes sem tradição


MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

Um ano e três meses após o Rio receber o direito de sediar os Jogos de 2016, os esportes sem tradição no país atraem atenção sem precedentes da iniciativa privada.
Modalidades nanicas, que se desdobram para conseguir apoio, passaram a ser alvo de investimentos.
"A Rio-2016 é um tsunami para o movimento olímpico no país. As empresas privadas têm nos procurado mais", atesta João Tomasini, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem.
A modalidade, cuja melhor posição em Olimpíad4as foi um oitavo lugar em 1996 e recebe só 4,2% do dinheiro da Lei Piva destinado às confederações, deve ser uma das primeiras beneficiadas por um programa de captação de verba liderado por um pool de grandes empresas.
O movimento LiveWright, que reúne Pão de Açúcar, Klabin, Track & Field, Gávea Investimentos, Vinci Partners e Credit Suisse, promete captar entre R$ 8 milhões e R$ 15 milhões já neste ano e, feito isso, aplicar essa verba em três modalidades.
Já foram abertas negociações com dirigentes ligados a canoagem, ciclismo e lutas.
A verba máxima prevista pelo grupo LiveWright para 2011 corresponde a mais do que o dobro do que as três confederações recebem juntas com verba repassada pelo COB: R$ 6,1 milhões.
O investimento milionário coloca o patrocínio dessas modalidades em outro patamar. Nenhuma delas conta com um apoio privado superior a R$ 1 milhão.
A CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) até superou essa marca com o patrocínio de um banco estatal, porém encontra dificuldades para renovar o contrato, que terminou em 2010.
"Até agora o investimento em esporte de alta performance no Brasil é feito em sua maioria por verba pública ou investimento de empresa estatal. Isso é ruim. Esperamos equilibrar esse modelo", diz Walter de Mattos Jr., presidente do conselho-executivo do movimento.
Com a ajuda de uma consultoria, a entidade fez uma prospecção com 24 grandes empresas, que se mostraram interessadas em investir em esportes olímpicos.
O objetivo do movimento é servir de canal para o setor privado investir no desenvolvimento de modalidades pouco visadas até então.
"Não queremos competir por espaço com estatais ou outras empresas. Então, foi natural riscar da lista modalidades coletivas e a natação, que já recebem muito investimento", afirma Mattos Jr.
Afora as três modalidades iniciais, o movimento se voltará no futuro para captar verba também para tênis de mesa, remo, taekwondo, vela, judô e atletismo.
Além do LiveWright, a Nestlé também tem a intenção de investir em modalidades visando a Olimpíada-16.


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